“Não vão sair de lá porque é casa deles”, diz cacique sobre ocupação indígena
Líderes indígenas se reúnem com governador de MS e ministro da justiça
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Líderes indígenas se reúnem com governador de MS e ministro da justiça
O cacique da Aldeia Água Bonita de Campo Grande, Nito Nelson, afirmou, enquanto espera reunião da tarde desta quarta-feira (2) com o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que os indígenas que ocupam propriedades em Antônio João, na região sul do Estado, estão no território deles e que, por isso, não vão sair do local. Os líderes indígenas entraram há poucos minutos para a reunião que discutirá o conflito entre indígenas e fazendeiros no município.
Com cartazes e cruzes que simbolizam a morte do indígena Semião Fernandes Vilhalva, de 24 anos, ocorrida no último sábado (29), durante confronto em Antônio João, os indígenas pedem a demarcação das terras reivindicadas como indígenas. O cartaz pede “não à PEC 215”, que transfere a competência da União na demarcação das terras indígenas para o Congresso Nacional.
São cerca de 50 lideranças indígenas de Mato Grosso do Sul na reunião, representantes de Miranda, Aquidauana, Dois Irmãos do Buriti, Antônio João, Amambaí, Dourados, Sidrolândia, Nioaque, e outras cidades.
O cacique Nito disse ainda que os indígenas que permanecem em Antônio João estão passando por diversos problemas, como a falta de alimentos. Ele afirmou que muitos “movimentos” estão cercando a área, onde os índios estão com intuito de não deixá-los sair para comprar comida. “Eles estão vivendo pela fé, porque até a Funai estão impedindo de entrar no local”, ressaltou.
Quanto às informações de que existiriam indígenas estrangeiros no município, Nito disse que é mentira, que não há qualquer índio paraguaio em Antônio João.
“Estamos depositando todas as esperanças para resolver o conflito”, disse o integrante do Conselho Terena, Lindomar Terena, que também está na reunião. Para ele, é necessário “achar um caminho para paz e, que seja justo para ambas as partes”.
Há dois anos, o ministro de justiça teve em Mato Grosso do Sul em uma mesa para discutir a demarcação indígena no Estado, no entanto, nada ainda foi solucionado até o momento.
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