Moradores dizem que urbanização de córrego ‘virou lenda’ e sofrem com abandono

Moradores da região do Bálsamo reclamam do descaso com a área e da criminalidade

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Moradores da região do Bálsamo reclamam do descaso com a área e da criminalidade

Morar às margens de um córrego. Sombra, frescor, silêncio, tranquilidade? Errado. Medo, insegurança, sujeira e mau cheiro. Esta é a descrição feita pelos moradores do Jardim Colibri II e da região do Jardim Botânico, que vivem às margens do Córrego Bálsamo. Abandonada, a região virou palco de assaltos e, por conta do mato, desova tanto de corpos, animais, veículos, sofás e lixos.

A dona de casa Sirlene Silva diz que faz mais de dois anos que não é feita limpeza na região. “Está cada vez pior. Ai quando chove, o mato cresce mais e a coisa fica mais feia ainda”. A moradora diz que assaltos viraram rotina no bairro. “Esta semana acharam uma moto no córrego. É perigo de noite e de dia também”.

E não é só a insegurança. Tem as consequências da falta de manutenção em volta do córrego. “Além de o mato ter tomado conta da rua, tem árvore caída lá, lixo para caramba, cachorro morto e tudo mais. Meus dois filhos já tiveram dengue”, revela.

Professora que não quis ser identificada também destacou o quão estreita é a Rua Gaspar Lemos, no trecho de ponte do córrego. “É uma rua estreita e os carros passam em alta velocidade. Falaram que iam cruzar a avenida, planejar o bairro, cadê?”, indaga.

Projeto de urbanização parado

A avenida que a professora se refere faz parte de projeto de urbanização do Córrego Bálsamo da Prefeitura de Campo Grande. “Virou lenda essa avenida. Faz dois anos que estão buscando verba para mexer aqui e nada. E aí quem mora na região não pode mexer na casa, com medo de ter que mudar”, conta o pintor Lindomar Ferreira, de 29 anos.

O pintor revelou que desde que famílias que viviam em casas populares ao lado do córrego foram desapropriadas, a situação do bairro piorou. As famílias foram remanejadas para residencial nas Moreninhas. “Piorou depois que a Prefeitura desapropriou o povo daqui. Saíram as famílias veio o mau cheiro, tem carniça todo dia. Jogam lixo, matam gente”.

Seu Damião José dos Santos, de 56 anos, endossa o coro.  “Quando morava gente tinha família, tinha movimento, não era perigoso. Agora virou esconderijo de usuário de drogas e de bandidos. Hoje mesmo meu sogro foi roubado”.

Vivendo no Jardim Colibri II há mais de 30 anos, Damião garante que após a desapropriação os problemas cresceram. “A falta de segurança e de limpeza cresceram drasticamente.Tudo isso começou depois que tiraram as famílias de lá. O córrego virou desova de tudo. De carro depenado a bicho morto”.

Para o aposentado, uma simples manutenção frequente da Prefeitura amenizaria a situação dos residentes no bairro. “Se fosse limpo e organizado daria para ter visão do que está acontecendo”.

Sem resposta

O Jornal Midiamax questionou a Prefeitura de Campo Grande sobre a situação atual do projeto de urbanização do Córrego Bálsamo e sobre a falta de manutenção e limpeza do bairro. Entretanto, a administração municipal não retornou à equipe de reportagem.

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