Moradores dizem que avenida onde adolescente morreu é pista de corrida

Avenida Nasri Siufi é palco diário de acidentes

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Avenida Nasri Siufi é palco diário de acidentes

Os moradores e comerciantes da Avenida Doutor Nasri Siufi, que corta diversos bairros da saída para Sidrolândia, em Campo Grande, reclamam da alta velocidade em que os carros costumam transitar pelo local. Segundo eles, a via se tornou uma pista de corrida e redutores de velocidade são necessários para combater o desrespeito à velocidade máxima permitida. 

Na tarde de segunda-feira (14), Mariany Parreira de Oliveira Meira, de 16 anos, perdeu a vida quando o carro em que ela estava, e era conduzido pelo namorado da mesma idade, bateu e arrancou um poste de iluminação pública. A Polícia Civil concluiu no local do acidente que a colisão foi causada por falta de experiência e excesso de velocidade. 

Passando exatamente pelo lugar onde o acidente aconteceu, o ciclista Dinamérico Pereira diz que sempre anda pela avenida, já que mora no Bairro Coophavila, por isso, costuma assistir o abuso dos motoristas.
 
“A gente tem medo, principalmente no fim de semana, que tem o álcool e as festas. Não é todo mundo, mas tem gente que abusa”. O ciclista diz que seria fundamental colocar um redutor de velocidade na pista. “Quebra-molas é o infalível. Precisamos de alguma coisa. Um acidente dessa dimensão, é por causa da velocidade”.

Dono de uma borracharia, Edilíbio Nogueira Rocha conta que quase todo dia ocorrem acidentes no cruzamento do comércio dele. “Sempre tem acidente de carro e moto. Também é muito difícil para as mães passarem com as crianças para levar ao colégio. 6 horas da manhã e no fim da tarde, não tem como passar”. 

O comerciante também aponta que seria necessário um redutor de velocidade. “Aquela placa [de 50 km/h] ninguém respeita. Tem carreta que passa beirando a minha porta. Está passando da hora de colocarem uma lombada e um semáforo aqui”. Rocha se lembra da época em que não havia asfalto no local. “Era tudo de terra. Pavimentou e virou pista de corrida”. 

Dona de uma empresa de manutenção e informática, Jackelibe Galo mora há quatro anos na avenida e diz que houve uma época em que todos os dias via uma colisão no cruzamento do comércio. Há poucos meses, foi colocado um semáforo no local e segundo a comerciante, os acidentes diminuíram. “99% dos acidentes é por abuso de velocidade. Aqui passam no semáforo vermelho. Antes de colocarem o semáforo, eram 2 ou 3 acidentes por dia”, diz. 

Segundo Jaqueline, vários acidentes graves aconteceram no cruzamento, que possui uma depressão. “Eles passavam em alta velocidade e voavam [por causa da depressão]. Um dia levantei 5h30 do domingo com o barulho, o carro voou, [na margem do córrego] saíram oito de dentro e foram andando. Essa avenida precisa e muito de sinalização”. 

Providencias

De acordo com o diretor da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito, Elídio Pinheiro Filho, está prevista a implantação  de duas ondulações transversais na avenida nas proximidades do acidente desta segunda-feira. A previsão é que e torno de 45 a 60 dias, o redutor de velocidade já deverá estar implantado.

Ainda de acordo com a Agetran, fiscalização móvel na região constantemente.

 

 

Acidente

Acidente matou adolescente de 16 anosUm acidente nesta tarde, na rua Doutor Nasri Siufi, no Bairro Tarumã, em Campo Grande, matou a adolescente Mariany e deixou ferido o namorado dela, que dirigia o veículo. O carro, um HB20 Sedan, atingiu um poste, que caiu sobre o veículo.

O pai do adolescente disse que ele pegou o carro escondido e que costumava usar o veículo pelas ruas próximas de casa.

O adolescente foi levado para o hospital, aparentemente com uma fratura na perna. O poste caiu sobre o lado do passageiro do veículo, atingindo a menina, que morreu na hora.

Mortes

Em janeiro, carro capotou na avenidaSe a maioria dos acidentes ocorrem por conta da velocidade, as mortes são constantes na avenida.

No dia 3 de janeiro deste ano, Aldo Mariano, de 41 anos, morreu ao capotar o veículo Gol que conduzia. No veículo estavam mais duas pessoas que também ficaram feridas.

Na época, a comerciante Marlene Azuaga viu o acidente e relatou que o Gol seguia no sentido bairro/centro em alta velocidade quando bateu nos tambores de água que ficam em frente ao comércio dela, colidiu com um poste, subiu no meio-fio e capotou duas vezes, parando na calçada de uma residência.

Em julho, ciclista morreu no localNo dia 13 de julho, o ciclista Evandro Luís Pacheco, de 43 anos, morreu depois de sofrer acidente colidir em um caminhão.

Na data, o delegado Bruno Urban, da 6ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande, divulgou que a suspeita é de que o ciclista seguia pelo acostamento e tentou cruzar a avenida, para chegar até a ciclovia, momento em que foi atingido pelo caminhão, que carregava 9 toneladas de cimento.

A vítima ainda foi arrastada por aproximadamente 25 metros e morreu na hora
 

(Matéria editada às 14h58 para acréscimo de informação)

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