Elas vão responder criminalmente
Em uma semana de força-tarefa entre a Prefeitura de Campo Grande, a Polícia Civil e o Exército, proprietários de 20 imóveis já foram notificados por casos graves de foco de mosquito e os donos possivelmente vão responder por crime ambiental. Ao todo, foram vistoriadas 11.809 propriedades em 30 bairros da Capital, entre os dias 9 e 17 de dezembro. Os bairros mais críticos são Jardim Noroeste, Nova Lima, Jardim Los Angeles, Parque do Lageado, Indubrasil, Centro e o distrito de Anhanduí.
De acordo com o secretário Ivandro Correa Fonseca, o Jardim Noroeste, continua no topo do ranking dos bairros. Foram 1.532 imóveis vistoriados e 51 focos encontrados, entre os dias 1° e 16 de dezembro. Por conta do índice de infestação, foi necessário que mais 12 agentes comunitários de saúde fossem deslocados para o trabalho no bairro e 300 sacos de lixo foram retirados do local. Na região do Nova Lima, foram 8.223 imóveis verificados e 85 focos foram identificados. Em Anhanduí, foram vistoriados 1.180 locais e encontrados 44 focos.
Fonseca diz acreditar que a redução dos casos de doenças ligadas ao mosquito Aedes aegypti deve ocorrer em fevereiro, já que por conta da emergência, a Prefeitura antecipou em dois meses a operação de combate ao mosquito. Segundo o secretário, a grande dificuldade está sendo a própria população.
Fonseca diz já ter ido em locais acompanhar a limpeza e quando voltou, pouco depois, constatou que a população já havia jogado mais lixo. “Estão sendo necessária mediadas drásticas para punir essas pessoas. Não estamos com dó de ninguém. Envolve vidas e quem tiver de ser preso vai ser preso”. Em um dos casos apresentados pelo ecretário nesta sexta, está o de um caminhão de uma empresa de construção jogando entulho em uma área verde.
Até o momento, foram notificados 9.839 casos de dengue e 4.013 confirmados, sendo cinco considerados grave e três pessoa morreram. Foram 205 casos suspeitos de Zika vírus e duas gestantes que estão com suspeita da doença, vão ficar em observação no Cedip (Centro de Doenças Infecto-parasitárias). Uma grávida é de Campo Grande e outra, de Anhanduí. De Chikungunya, foram notificadas 103 suspeitas e duas confirmados.
Os 20 proprietários notificados terão prazo de 30 dias para responder ao aviso. Caso não haja resposta, a polícia vai abrir um inquérito. Ao longo do ano, Campo Grande já teve mais de 16 mil notificações de casas, terrenos baldios e omissão de responsabilidade. A Prefeitura tem recebido em média, 40 denúncias por dia.
Sobre o hospital de campanha, que ainda não está funcionando por conta da falta de ar-condicionado, a Prefeitura informou que as tendas seriam apenas uma extensão do tratamento para quem precisa de hidratação. Mesmo que não esteja funcionando, existem leito nas unidades de saúde para atender essas pessoas.
Durante a força-tarefa já foram recolhidos 11.809 pneus, totalizando 59,300 quilos.
