Famílias passam Natal em casa nova, mas estão sem energia há 4 dias

Com medo de invasão, eles preferiram se mudar

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Com medo de invasão, eles preferiram se mudar

Moradores do Residencial Celina Jallad, no Portal Caiobá II, estão sem energia desde a entrega de novas casas, na terça-feira (22), em Campo Grande. Mesmo sem luz, a maioria se mudou com medo de invasão.

Gislaine Amaro Escobar, 24 anos, fez o pedido de ligação no dia 14 e até agora está sem energia. “Tenho um filho pequeno e está difícil de morar aqui sem energia. Estou sem ventilador, sem geladeira, coisas essenciais. Impossível manter a comida, estamos almoçando na casa da minha irmã e trazendo garrafas de água congelada para conseguir passar o dia. Foi feita a ligação da água, mas da energia ainda não”, disse.

Sem energia, mas com medo de invasão, muitos moradores mudaram assim que receberam as chaves. É o caso do auxiliar de pintor Márcio da Cruz Oliveira, de 31 anos. “Mudamos na quarta-feira mesmo. Naquele dia o pessoal já estava falando que se não mudássemos podíamos chegar aqui e ter gente na casa. Eu não quis pagar para ver, vim logo. Um casal me encontrou hoje e me disse que estavam indo embora porque quando chegaram na casa deles tinha gente morando e os ameaçaram”, explica.

Márcio, que já morou na rua com a esposa e os três filhos, sabe muito bem o que é ter uma casa e alerta os vizinhos para que mudem logo. “Já morei na beira de córrego. Agora sei o que é ter uma casa. O povo está demorando demais. Tem que mudar logo. Estamos sem energia, mas melhor sem energia, que ficar sem casa”, cita.

O auxiliar ligou para a concessionária de energia, Energisa, mas segundo ele “falaram que trabalham por sequência, que são vários pedidos. Eles veem aos poucos”.

“Minha intenção é mudar, mas como vou mudar sem energia? Não dá. A água já ligaram, mas a energia nada”, afirma a auxiliar de serviços diversos, Glaucimaris Vieira Ferreira, de 34 anos. Com medo de invasão, a família vai todos os dias a casa, mas ainda espera a ligação de energia para se mudar.

Glaucimaris ligou para a Energisa e, segundo ela, a resposta foi que há residências que ainda não foram lançadas no sistema, e por isso, cada morador precisa procurar a unidade.

A assessoria de Comunicação da Energisa informou que a empresa tem cinco dias úteis para fazer a ligação, e que não é uma regra que a casa seja entregue com a ligação feita. Segundo eles, cada cliente tem que ligar no número 0800 722 7272 para ver como anda o pedido de ligação.

A inauguração de 810 unidades do condomínio, referente aos blocos 5,6 e7, foi feita no dia 22 pelo governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), e o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP). As casas fazem parte do programa Minha Casa Minha Vida e medem 40.07m², com dois quartos, sala, cozinha e banheiro.

Segundo o governo estadual, ao todo foram investidos R$ 48,4 milhões na obra, dos quais R$ 42,9 milhões do governo federal e R$ 5,4 milhões do Executivo Estadual – montante aplicado na infraestrutura interna e externa, dos quais R$ 3,9 milhões para viabilizar a construção das moradias e R$ 1,5 milhão para drenagem e pavimentação asfáltica.

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