Em uma semana, MS tem dois pontos de tensão entre índios e fazendeiros
Indígena foi morto em Antônio João; em Douradina, teria havido ataque
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Indígena foi morto em Antônio João; em Douradina, teria havido ataque
Em menos de uma semana, Mato Grosso do Sul teve dois pontos de confronto entre indígenas e produtores rurais. No sábado (29), Semião Fernandes Vilhalva, de 24 anos, foi morto em um conflito na zona rural de Antônio João, cidade a 402 quilômetros de Campo Grande. Já entre a tarde e a noite da quinta-feira (3), a tensão aumentou na região da terra indígena Guyra Kambi’y, entre os municípios de Douradina e Itaporã, a 30 quilômetros de Dourados. Os indígenas afirmam que foram atacados pelos fazendeiros.
Segundo uma liderança indígena da região de Douradina, os fazendeiros foram com caminhonetes e tratores até o local onde estava um grupo de pelo menos 80 indígenas, entre eles crianças. “Eles não atacaram com rojão. Atacaram com balas e tentamos recuar por de trás de madeiras”, diz o cacique Ezequiel.
Conforme a liderança, após o ataque, a Funai (Fundação Nacional do Índio) foi avisada e compareceu com a Polícia Militar ao local. Foi feita uma reunião com os produtores rurais, que foram embora. “Eles saíram, mas agora nós já estamos vendo caminhonetes e motos deles por aqui”, diz. A expectativa dos indígenas é de que outra reunião com a Funai seja realizada ainda nesta manhã.
Retomada
Os indígenas retomaram quatro áreas da região de Douradina e querem se estabelecer no local. “Nosso território já foi reconhecido pela Funai e não pode ficar paralisado. Dessa vez perdemos bicicletas, queimaram as nossas cruzes e faixas”, conta. “Nós demos exemplo e falamos para não fazer isso [revidar o ataque], só recuar e se esconder. Mas a paciência acabou”, diz.
Antônio João
Em Antônio João, o conflito entre índios e produtores rurais chegou ao ponto máximo com a morte do indígena Semião, no dia 29 de agosto.
As ocupações na terra indígena começaram na madrugada do dia 22 de agosto, quando um grupo entrou na Fazenda Primavera. Desde então, o clima de insegurança se instalou na cidade, com indígenas acusando produtores rurais de espalharem boatos, para causar pânico e ruralistas afirmando que os índios não têm o direito de ocupar as propriedades rurais.
Os indígenas ergueram acampamentos em cinco propriedades: Primavera, Pedro, Fronteira, Barra e Soberania. Restam apenas duas fazendas para serem retomadas.
Na quarta-feira (2), o ministro da Justiça José Cardozo esteve em Campo Grande em reunião com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), produtores rurais e líderes indígenas. Foi estabelecido que cinco áreas serão escolhidas para iniciar o processo de diálogo para dar fim ao impasse que se estende por décadas. Para isso, assim como foi na Buriti, será montada uma comissão para julgar essa demarcação com o governo federal, o assessor do ministro da Justiça, Flávio Chiarelli, e o presidente da Funai, João Pedro e representantes estaduais.
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