Do posto de saúde para maca no corredor: família revolta-se com tratamento a idosa

Senhora de 82 anos ficou cinco dias internada em posto de saúde

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Senhora de 82 anos ficou cinco dias internada em posto de saúde

Com suspeita de ter sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral), Onofra Rabelo Soares, de 82 anos, foi levada pelos familiares ao posto de saúde mais próximo a sua residência, no Bairro Tiradentes, para que recebesse os primeiros atendimentos, e se fosse o caso, encaminhada para um hospital.

O problema é que a passagem da idosa pelo unidade de saúde durou mais tempo do que o esperado, ficando ali por cinco dias, e segundo a neta, sem receber nenhum tratamento adequado. “Eles nem sequer fizeram exames para saber o que tinha acontecido com ela”, destaca Mônica Gonçalves Soares.

Conforme os relatos da moça, a vó deu entrada no posto de saúde por volta das 9h30 da sexta-feira (23), ficando internada em um dos quartos da unidade, sendo apenas monitorada por profissionais, mas sem receber nenhum diagnóstico preciso. A transferência para o Hospital Regional aconteceu por volta das 11 horas desta quarta-feira (28), quando o Samu autorizou a locomoção da paciente.

Depois de tantas brigas para conseguir um melhor atendimento, a família comentou sobre o alívio em saber da transferência, mas quando chegarem ao hospital, receberam a notícia de que não havia leitos, e a idosa teria que ser “acomodada” em uma maca, ali mesmo, no corredor.

Questionada sobre a situação, a Secretaria de Saúde do Estado, responsável pelo Hospital Regional, informou que “infelizmente a senhora Onofra terá que continuar no corredor, porque o PMA (Pronto Atendimento Médico) está lotado, mas que ela está recebendo todo o suporte necessário, passando por exames de Raio X e Tomografia, para que os médicos possam obter um diagnóstico mais preciso”.

Na Prefeitura, a resposta sobre a internação prolongada da idosa em local impróprio, já que nenhuma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), ou posto de saúde, pode manter um paciente internado por mais de 24 horas, eles afirmaram que “ claro que não é o adequado manter pacientes “internados” em unidades de saúde, mas é uma forma paliativa até que seja aberta uma vaga. Quando isto acontece, o paciente recebe toda assistência que um Centro Regional 24h ou Unidade de Pronto Atendimento podem oferecer para estabilizar o quadro desse paciente”.

O executivo ainda argumentou com a crise em relação ao deficit de leitos hospitalares em Campo Grande, e sugeriu que se um familiar verificar qualquer situação contrária ao descrito anteriormente, ele pode fazer uma denúncia à Ouvidoria do SUS/Sesau, no telefone 3314-9955.

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