Secretário tentou minimizar relação com vírus

O secretário de Saúde de , Sebastião Nogueira, confirmou o nascimento de dez crianças com microcefalia na cidade, mas tentou minimizar o fato, dizendo que não se deve relacionar os casos ao zika vírus. “Nós não temos nenhuma ocorrência de zika vírus em Dourados, e a microcefalia pode ser causada por diversos fatores, desde uma doença hereditária, como a toxoplasmose, como do fato da mãe ter consumido álcool ou drogas durante a gravidez”, afirmou.

Sobre o grande número de registros repentinos, o secretário destacou que a única coisa que mudou foi a notificação por parte da equipe médica. “Sempre foi assim, mas agora os médicos estão notificando, daí gera essa confusão, mas não devemos causar alvoroço na população”, reforçou.

Questionado ainda sobre um dos nascimentos ser de uma criança de Ponta Porã, cidade que faz fronteira com o município de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, onde na semana passada foram notificados 6 casos de zika vírus, o secretário insistiu em negar a relação.

No último sábado (28), o Ministério da Saúde confirmou a relação entre o zika vírus e o surto de microcefalia na região Nordeste do País, afirmando que o Instituto Evandro Chagas, órgão do ministério em Belém (PA), encaminhou o resultado de exames realizados em um bebê, nascida no Ceará, com microcefalia e outras malformações congênitas. Em amostras de sangue e tecidos, foi identificada a presença do vírus Zika.

A partir desse achado do bebê que veio à óbito, o Ministério da Saúde considera confirmada a relação entre o vírus e a ocorrência de microcefalia. Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial. As investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.