Com tensão no campo, prefeito diz que insegurança afeta investimentos no município

Índios e fazendeiros disputam área em Antônio João

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Índios e fazendeiros disputam área em Antônio João

Após mais um capítulo da disputa entre índios e fazendeiros nesta quarta-feira (21), o prefeito de Antônio João – a 402 quilômetros de Campo Grande, Selso Lozano (PT) diz que a disputa causa problemas para a cidade, pois “Gera uma insegurança nas pessoas que estão investindo na cidade”.

Lozano diz que quando assumiu a prefeitura, em 2013, tentou atrair uma empresa do ramo de grãos para a cidade, mas que os empresários desistiram por conta do clima de insegurança. “Fica essa instabilidade jurídica e gera tensão”.

Segundo o prefeito, após a morte do índio Semião Vilhalva, no fim de agosto, em confronto com os fazendeiros, o clima ficou mais tenso, mas que agora, a vida está voltando ao normal. Lozano confirma que após a morte a com os boatos de que os indígenas poderiam invadir a cidade, houve problemas com o comércio, pois os índios deixaram de vir à cidade.

Segundo o secretário de desenvolvimento econômico Eberson Robrigues, houve um período de medo, mas não houve revolta entre os moradores. “A gente não tem lado. Atende todo mundo e quer que se resolva o mais rápido. Que tenha um sim ou não”, diz.

Conflito

As ocupações na terra indígena começaram na madrugada do dia 22 de agosto, quando um grupo entrou na Fazenda Primavera. Desde então, o clima de insegurança se instalou na cidade, com indígenas acusando produtores rurais de espalharem boatos, para causar pânico e ruralistas afirmando que os índios não têm o direito de ocupar as propriedades rurais.

O conflito entre índios e produtores rurais em Antônio João chegou ao ponto máximo com a morte do indígena Semião Fernandes Vilhalva, de 24 anos, durante confronto com fazendeiros, no dia 29 de agosto.

Na semana seguinte, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo esteve em Campo Grande em reunião com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), produtores rurais e líderes indígenas.

Foi estabelecido que cinco áreas serão escolhidas para iniciar o processo de diálogo para dar fim ao impasse que se estende por décadas. Para isso, assim como foi na Buriti, será montada uma comissão para julgar essa demarcação com o governo federal, o assessor do ministro da Justiça, Flávio Chiarelli, e o presidente da Funai, João Pedro e representantes estaduais.

Posteriormente, os donos das fazendas Primavera, Fronteira e Cedro conseguiram na Justiça Federal a reintegração de posse. A Funai (Fundação Nacional de Índio recorreu e conseguiu na madrugada desta quarta-feira (21), liminar para suspender o despejo dos indígenas. Uma operação com centenas de policiais federais e militares foi deslocada à região em uma operação para cumprir a ordem judicial, que acabou suspensa. 

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