Dermatologista adverte para riscos de irritações

Uma paleta de sombras lindas, cores brilhosas e que nos faz imaginar que a maquiagem nos deixará com um olhar fatal, ou um rosto mais corado. De fato, quando se encontra um produto assim, ainda mais embelezado por um estojo cheio de glamour, que mulher resiste? E para as campo-grandenses, que estão a poucos quilômetros do Paraguai, ou a alguns minutos das lojas de artigos chineses, no centro da cidade, a tentação é maior.

Pois é, mas apesar do baixo custo, algumas dessas maquiagens oferecem riscos que podem causar graves problemas, como irritações, e não apresentar o resultado esperado. Borrões e vermelhidão em vez daquele rosto bonito e um olho marcado.

Avaliações recentes revelam que muitos destes produtos podem estar contaminados com fezes de rato, urina humana e até arsênico, um ácido incolor. A venda de maquiagens falsas ou de baixa qualidade tem aumentando principalmente na internet e o mercado pode chegar a lucrar R$ 424 milhões por ano em vendas.

“Certa vez comprei um lápis para os olhos e depois me deu alergia. Depois ouvi algumas pessoas dizendo que ele era feito de graxa, usada por sapateiros”, relata a jornalista Renata Santos, de 30 anos.

Na loja dos chineses, por exemplo, uma vendedora diz que estojos de sombras, vendidos a R$ 20, são bastante procurados pela clientela feminina.

“Vendo e uso também, parei de usar o lápis porque me deu uma espécie de alergia”, disse.

Porém, o comerciante chinês Jorge Huang diz que, desde quando inaugurou a loja na Capital, há um ano, nunca recebeu reclamações sobre os produtos que vende. No estabelecimento dele pode se encontrar batons a R$ 5, lápis de olhos, cílios postiços e outros produtos de beleza estrangeiros.

“Estojos maiores saem mais caros, mas eu vendo bastante as maquiagens. Alguns são do Paraguai, outras da China e saem bastante”, detalhou.

Contudo, a dermatologista membro da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologista), Michella Rezende, faz um alerta: qualquer produto de maquiagem pode irritar a pele. Sendo ele de produção nacional ou internacional, o que vale, diz Michella, é observar a procedência.

“A pessoa precisa saber dos produtos que entram no país, se são autorizados para serem vendidos, que têm padrões de segurança. Quando houver irritações é preciso suspender tudo o que estiver usando, seja perfume, filtro solar ou maquiagem. É preciso questionar a procedência de toda maquiagem, seja nacional ou internacional, é um risco que se paga. Quando se sabe de onde vem a pessoa pode ligar no 0800 da empresa e contar o ocorrido”, finalizou.