possui mais de 180 instituições públicas de ensino

Uma iniciativa da Fundação Lemann e do Instituto Inspirare, em parceira com o Instituto de Tecnologia & Sociedade e a rede de mobilização Nossas Cidades, estão fazendo uma campanha para tentar sensibilizar o governo Federal a implantar internet rápida em todas as escolas públicas do país até 2016. O objetivo é a universalização de internet rápida para tornar possível o uso de tecnologias da educação em salas de aula.

A campanha também chama atenção para o fato de que, além da infraestrutura, é necessário que haja uma velocidade mínima para que a rede possa ser usada por todos os alunos no processo de aprendizagem. “A Internet rápida democratiza o acesso a recursos pedagógicos de qualidade e promove a personalização, permitindo que alunos com diferentes perfis aprendam no seu ritmo e a partir de seus interesses e necessidades”, afirma Anna Penido,  diretora do Instituto Inspirare.

O diretor executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne, argumenta que o uso das tecnologias como ferramentas de ensino aproxima a escola da realidade digital já vivida pelo aluno, despertando seu interesse e ampliando suas possibilidades de expressão. “O professor também ganha muito com a Internet na escola. Ela facilita a organização do tempo em sala de aula, o que o possibilita atuar de maneira mais intensa como orientador na formação dos alunos e mediador do processo de aprendizagem”.

Mizne ainda explica que o movimento espera impactar o Governo Federal com a assinatura, até o final deste ano, de um compromisso formal por Internet rápida em todas as escolas públicas brasileiras, a ser implementado já em 2016. “Se não houver uma iniciativa neste sentido, a tendência é um aumento das desigualdades existentes na educação brasileira, já que somente parte das escolas tiveram a rápida introdução de tecnologias digitais conectadas à Internet”, conta Mizne.

Um mapeamento técnico encomendado pelo movimento mostra que, de acordo com dados do Censo Escolar de 2013, das 190.706 escolas incluídas no levantamento, apenas 58% delas (11.053) possuem acesso à Internet, índice que cai para 48% se levarmos em conta as que dispõem de banda larga.

Anna Livia Arida, diretora da Rede Nossas Cidades, lembra que a Pesquisa TIC Educação, realizada em 2013 pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), apontou que apenas 19% das escolas públicas brasileiras contam com conexão superior a 2 MEGA de velocidade. “A campanha de mobilização Internet na Escola pede o engajamento de toda a sociedade para mudarmos esse cenário”, convoca.

Em Campo Grande tem 94 escolas municipais e 88 instituições de ensino estaduais, entre escolas e centros de capacitação. A equipe de reportagem entrou em contato com a Prefeitura e o governo do Estado para saber se elas possuem internet e qual a qualidade do serviço, porém não obteve resposta até a publicação da reportagem.

No site internetnaescola.org. é possível realizar um teste online que permite a alunos, professores e gestores escolares identificar a velocidade de conexão já disponível em suas escolas, enviar e-mail para a Presidência da República pedindo a assinatura do compromisso público por 10 MEGA de Internet em todas as escolas, além de compartilhar informações para ajudar na mobilização de toda a sociedade.