Os moradores do Condomínio Cachoeirinha 2, na Rua 15 de Novembro com a Ceará, no Jardim dos Estados, considerado bairro nobre da cidade, estão convivendo com animais peçonhentos. Os bichos vão de escorpião a pernilongo, ratazana a mosquito da dengue e vêm de terreno baldio ao lado. Abandonado e cheio de lixo, o terreno tem matagal de cinco metros de altura.

O matagal toma conta do terreno, chegando a cobrir o muro e grade do condomínio, e até de parte da calçada, impedido a passagem de pedestres. “E a gente paga IPTU mais alto por aqui ser considerada área nobre. Que área nobre é essa com um terreno deste ao lado?”, indaga Sueli Guardiano, síndica do condomínio.

Ela reclamara ainda da desvalorização do local por conta do terreno. “Teve gente até que pensou em se mudar por conta de o terreno estar sujo há tanto tempo”, relata a subsíndica Ana Cristina.

Problema se agravou

A estudante Stefany Guimarães, de 22 anos, mora no condomínio e conta que a situação ficou mais complicada recentemente, com o surgimento de escorpiões. “Antes tinha bicho, mas nada preocupante. Agora que apareceram os escorpiões que todos estão com medo”, conta. Ela também alertou para o perigo de andar na calçada em frente do terreno à noite.

Segundo Sueli , o problema existe há dois anos. “Faz dois anos que não limpam. A gente paga dedetização a cada seis meses”, conta Sueli. Na última dedetização, a situação se agravou: foram encontrados, em apenas um bloco, 40 escorpiões.

“Um morador foi picado ontem por um escorpião amarelo e teve de ir para o hospital, tem outro que pegou dengue, está feia a coisa”, revela Ana Cristina. Os 250 moradores do condomínio cobram solução das síndicas, que já tentaram de tudo para resolver o problema.

“Falamos com o proprietário, ele diz que não vai limpar o terreno, que para ele está limpo, para a gente pagar uma limpeza. Falamos com a Prefeitura de Campo Grande mais de três vezes e eles alegam que não têm fiscal para vir ver o terreno. Estamos desesperadas, colocar a população a par desta situação é nossa última esperança”, admite a síndica.

Respostas

Segundo a secretária do proprietário do terreno, há programação de manutenção e limpeza e está “tudo sob controle”. Ela ainda declarou que o mato está alto por conta do tempo chuvoso e atribuiu a terceiros o lixo jogado no terreno, citando a importância da consciência da população. “Não adianta limparmos e jogarem lixo lá”, disse.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria.