Representantes de conselhos de segurança de várias regiões de Campo Grande (MS), além de membros ligados à segurança pública participaram de audiência pública nesta quarta-feira (27), na Câmara Municipal.

Presidida pelo vereador Carlão (PSB) e convocado pela Comissão Permanente de Segurança Pública, o encontro teve o objetivo de ‘prestar contas’ à sociedade com relação à ação do Estado, tendo em vista o número de assaltos em residências e comércios da Capital. “Teve um comerciante que foi assaltado seis vezes somente em 2014”.

“Estamos cansados. As pessoas querem trabalhar, mas os bandidos não deixam. No meu bairro mesmo já presenciamos diversos assaltos”, aponta Eunice Oliveira Pimentel, 51 anos.

Ainda de acordo com o vereador, os assaltos têm sido constantes e a população ‘cansou’ de procurar a polícia para registrar boletim de ocorrência. “O comerciante registra o boletim na delegacia a primeira vez e não tem retorno. O comércio dele é assaltado de novo, ele registra e não tem retorno. Na terceira vez ele nem registra mais”, afirmou.

Em discurso, os representantes dos conselhos da região do Prosa, Segredo e Centro questionaram e reclamaram a falta de efetivo e estrutura da Polícia Militar. “Parece que o governo não investe na segurança”, apontou um deles. “Não tem efetivo suficiente e estrutura”.

No entanto, de acordo com o Superintendente de Segurança Pública, André Matsushita, ‘não há abandono’ por parte da administração pública. O superintendente afirmou que o governo está fazendo o possível. “Se não está no ideal, estamos fazendo de tudo e estamos trabalhando com o que temos”, destaca.

A própria Guarda Municipal e Polícia Militar reconhecem a necessidade de um maior efetivo. “Há 30 anos o efetivo de policiais era de 4 mil, hoje em dia é 5 mil e naquela época Campo Grande tinha 400 mil pessoas”, ressalta o comandante do Policiamento Metropolitano da PM, Paulo Cesar Monteiro Ayres.

O presidente do Sindicato dos guardas municipais, Hudson Pereira Bonfim acrescentou, ainda, a necessidade de capacitar os agentes, para que possam trabalhar motivados. “Não adianta ter várias viaturas, se os homens não tiverem motivados”.