Leitores elegem, com reclamações, as vias que mais sofreram nas mãos das visadas e milionárias ‘operações tapa-buracos’. Prefeitura prometeu priorizar recapeamentos. Veja se sua rua está aqui

De tanto receber reclamações dos leitores sobre as péssimas condições de algumas vias em Campo Grande, o Jornal Midiamax resolveu visitar as dez piores. A lista segue indicações dos moradores, motoristas e comerciantes que usam cada uma delas. Por isso a sua, mesmo ruim, pode estar fora. São buracos e remendos que deixam as ruas quase intransitáveis e irritam os contribuintes.

As reclamações de quem passa por esses locais são as mesmas: o asfalto está ruim, há muitos desníveis na pista causados por incontáveis e caras operações ‘tapa-buracos’ e ainda falta sinalização.

O jornal passou pelas avenidas Rachel de Queirós, Marquês de Pombal, Cônsul Assaf Trad, Senhor do Bonfim, Tamandaré, Bandeirantes, Tiradentes e pelas ruas Santa Quitéria, Olímpio Klafke e Fernando de Noronha.

Segundo a assessoria da Prefeitura, a Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação)  está fazendo levantamento para verificar quais vias da Capital necessitam de recapeamento e reforçou o compromisso do prefeito de priorizar recapeamentos em vez de torrar dinheiro público com as visadas obras de tapa-buracos.

Fernando de Noronha

Foto: Luiz Alberto

A Rua Fernando de Noronha, que fica localizada na Vila Sobrinho, região oeste de Campo Grande, é considerada uma estrada sem pavimentação pelos moradores da região, apesar de a rua ser asfaltada, muitos afirmam que de dentro do carro a sensação é de estar em uma estrada de ‘chão’.

“Aqui não dá para passar, temos que fazer a volta para não passar nessa rua, é muito ruim. A do carro fica mais cara, estraga o carro passar aqui. Tem que trocar esse asfalto”, afirmou a moradora da região Graciele Rosa, de 38 anos.

Tamandaré

Foto: Luiz Alberto

A Avenida Tamandaré, que liga as regiões oeste e norte, também é motivo de reclamação. Para quem tem comércio o movimento por causa da universidade, acompanhado do asfalto ruim, contribuem para mais acidentes.

“Aqui tem um grande fluxo de veículos, os motoristas têm que desviar de alguns desníveis e invadem a pista contrária. Outro problema é que a suspensão do carro vai embora, basta chover para abrir buracos e fica pior ainda”, relatou o empresário Walter Teixeira, de 59 anos.

Outra reclamação é a da falta de iluminação. “O trânsito é muito pior por causa da universidade, mas a falta de iluminação e o asfalto contribuem para piorar ainda mais”, afirmou a comerciante Ivana Teixeira, de 52 anos.

Tiradentes

Foto: Diogo Gonçalves

A reclamação na Rua Tiradentes, região oeste, é o tempo que duram os ‘tapa-buracos’. Para quem passa ali de carro ou de moto o perigo é constante por causa do desnível e dos buracos que vão surgindo ao longo da via.

“Eu passo aqui de moto todo dia e trabalho também, já vi muito motoqueiro caindo e quase caí por causa do desnível do asfalto. O ruim é que as vezes uma parte é mais alta ou o pneu fica no meio de dois remendos”, contou a microempresária Wanessa Jaquelina Macena, de 30 anos.

Um pedido de Wanessa é que a Prefeitura faça algo que dure, de acordo com ela a administração sempre arruma os buracos na via, mas quando chove abre outro no mesmo lugar.

Bandeirantes

Foto: Diogo Gonçalves

O sapateiro que está há 15 anos na Avenida Bandeirantes, também na região oeste, lembra que a via já foi melhor, mas piorou muito nos últimos anos e o fluxo de veículos aumentou. “Quando ficou mão única melhorou, mas agora temos que fugir o máximo para não passar aqui. Já passou da hora de recapear isso aqui”, expôs Vasni Leite de Souza, de 52 anos.

O vendedor de uma garagem de carros, Girson Espindola, de 50 anos, afirmou que com tantos remendos a sinalização sumiu. “Não tem sinalização, tem muito buraco e remendo. Aqui o fluxo é muito grande, eu não sei por que recapearam a Bandeiras primeiro sendo que aqui passa mais carro, tem que recapear aqui”, disse.

Rachel de Queirós

Foto: Diogo Gonçalves

A reclamação de quem mora na Avenida  Rachel de Queirós, região sul, é de quem ficou fora do trecho recapeado. A avenida foi recapeada até um ponto, mas não agradou quem não teve o benefício. A vendedora Aline Marquês, de 22 anos, disse que a sensação de quem passa pelo asfalto ruim é de estar em uma estrada de chão.

Outra que não gostou da situação foi a cabeleireira Luciene Socorro Soares, de 41 anos. “Eu achei que fosse terminar de fazer tudo, mas ficou assim, eu espero que voltem e terminem. Essa parte que ficou sem está muito ruim e tem muito motoqueiro que cai aqui”.

Campestre

Foto: Diogo Gonçalves

A Avenida Campestre, também na região sul, os moradores comparam a via com uma montanha-russa. A auxiliar administrativa Cleide dos Santos Rolom, de 29 anos, disse que a Prefeitura só remenda a via e a situação está cada vez pior.

“Com os remendos a sinalização some porque eles não pintam, só remendam. Tem uma escola aqui perto e não tem faixa de pedestre na rua, os motoristas ficam tentando desviar dos remendos, é complicado”, afirmou.

Olímpio Klafke

Foto: Diogo Gonçalves

Na Rua Olímpio Klafke a reclamação dos comerciantes é de que o asfalto danificado faz com que os motoristas invadam a pista contrária para desviar dos desníveis e com isso o número de acidentes aumenta. “Aqui eu escuto muito buzina dos motoristas porque tem gente na contramão”, relatou a atendente Jéssica Liminio, de 21 anos.

Para o empresário que mora há 19 anos no local, os clientes sempre reclamam dos asfalto, não só da Rua Olímpio Klafke, mas de toda a Campo Grande. “Está ruim em toda a cidade, os clientes sempre reclamam”, garantiu Daniel Araújo Leite, de 70 anos.

Cônsul Assaf Trad

Foto: Diogo Gonçalves

A reclamação de quem passa na Avenida Cônsul Assaf Trad, na região norte da cidade, é de que apenas um lado da via recebeu melhorias da Prefeitura. O consultou agrícola que passa pelo local há 15 anos, Luiz Carlos Fernandes, de 55 anos, afirma que apenas o lado que recebeu grandes empresas, shopping e condomínio fechado teve manutenção.

“Aqui é a saída da cidade, passam caminhões pesados, e viajantes, para quem entra em Campo Grande o asfalto é péssimo. A gente manda alinhar o carro e depois de três dias já está desalinhado, só porque passou aqui. É obrigação da Prefeitura recapear essa avenida”, afirmou.

Senhor do Bonfim

Foto: Diogo Gonçalves

Quem passa de moto pela Avenida Senhor do Bonfim, região leste da cidade, tem muito que reclamar, no caso da atendente Bruna Carolina Oliveira, de 24 anos, o perigo está ficando cada vez pior. “Aqui é tudo remendado, se você não vê o desnível cai mesmo”, disse.

De acordo com Bruna já não tem mais como ver o asfalto original da via por causa de tantos remendos. Para ela a solução para evitar quedas e acidentes envolvendo dois ou mais veículos é o recapeamento e a sinalização.

Marquês de Pombal

Foto: Diogo Gonçalves

O ciclista e publicitário André Santos, passa pela Avenida Marquês de Pombal todos os dias e afirma que o desnível no asfalto dificulta o caminho de quem anda de bicicleta. De acordo com Santos, a administração pública deveria sinalizar melhor a via e recapear.

“É mais barato recapear do que ficar tampando buraco. Aqui não tinha nada antes e agora tem condomínio fechado, aumentou o fluxo”, concluiu.