Segundo o secretário municipal de Infraestrutura, Semy Ferraz, por causa do tempo, a operação tapa-buraco volta para as vias centrais e deve atrasar o fim dos problemas nos bairros da Capital

A chuva recorde e atípica de julho surpreendeu a Prefeitura de Campo Grande. As equipes iam começar a operação tapa-buracos nos bairros mais afastados, mas as ‘águas de julho’ reabriram em torno de 2 mil buracos nas ruas e avenidas da Capital somente nas últimas 48 horas, obrigando a Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação, a retomar a operação nas vias de trânsito rápido e centrais.

Apenas na segunda-feira (1º), foram 44,6 milímetros de chuva na Capital, quase o dobro dos 25 milímetros esperados para os 31 dias deste mês. O tempo voltou a transformar as ruas em um “queijo suiço”.

Neste época do ano, o normal era uma longa estiagem. No entanto, como a chuva já bateu recorde em junho, com 234 milímetros, segundo o serviço de Meteorologia da Uniderp Anhanguera. A média história para o mês é de 42 mm.

De acordo com o secretário municipal de Infraestrutura, Semy Ferraz, são cerca de dois mil novos buracos após este final de semana chuvoso. O Midiamax percorreu alguns bairros de capital e é difícil ver uma rua que não tenha ao menos um buraco.

No Santo Eugênio, uma falha no asfalto coberta por água confunde os motoristas que passam pelo local. O aposentado João Bezerra, de 66 anos, disse ter sinalizado a via dias atrás com uma bandeira. “Há cerca de 20 dias a prefeitura tapou este buraco, mas choveu no mesmo dia no final da tarde e ele já estava aberto de novo”, conta.

Para o aposentado, é preciso investir muito dinheiro para consertar as vias da cidade. “Antes das eleições o prefeito falou que ia acabar com isso de tapa-buraco, mas não tem como. É preciso muito dinheiro para recapear toda a cidade, porque sempre abrem buracos nas ruas depois da chuva”, opinou.

Na Avenida Guaicurus, o problema é recorrente. “O asfalto está horrível, não precisa nem chover mais para aparecer esse monte de buraco. Tem que recapear, porque isso de ficar tampando buraco foi que deixou o asfalto assim”, diz a dona de casa Derci Campos Sales, de 35 anos.

Bom negócio

Para o borracheiro Ronaldo Alves, de 46 anos, que tem uma oficina na Avenida, o trabalho de conserto de rodas aumenta após a chuva. “Mesmo sem chover já tenho trabalho de desentortar roda, pois o asfalto é irregular e estraga, mas conserto duas por dia. Depois que chove, aumenta em até 15 rodas por dia”, explica.

Ele comemora o movimento, apesar de achar que o aspecto do asfalto prejudica a região. “Fica com cara de abandonada a rua e a nossa região, mas cada conserto custa cerca de R$ 20. Estraga muito porque a água cobre o buraco e o motorista não vê, caindo com a roda do carro na falha”.

Quando um motociclista cai, o prejuízo é maior. “Roda de moto estragada não tem conserto. Aí o dono da moto tem que comprar outro aro, que custa cerca de R$ 100”, diz o borracheiro.

A Prefeitura fez um levantamento de todos os buracos nas vias públicas e pretendia concluir a operação em toda a cidade até agosto. Com as chuvas atípicas de junho e julho, meses marcados pela longa estiagem, o município foi obrigado e rever a previsão inicial e a operação tapa-buraco deve se estender pelo segundo semestre.