A probabilidade de fortes chuvas, que este ano atingem principalmente municípios de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo e já levou, apenas no caso mineiro, 103 cidades a decretarem estado de emergência, deverá integrar mais um sistema de alerta que o governo federal prepara para avisar a população das áreas de risco sobre temporais, enchentes e deslizamento de terra. A ideia do projeto, desenvolvido pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, é utilizar a capilaridade das empresas de telefonia para avisar, por mensagens de celular, toda a população de uma área em risco específica.

O serviço já está sendo colocado em prática, em caráter experimental, em áreas de enchentes na Grande São Paulo. Para garantir a precisão das informações, no entanto, a prioridade é concluir até o fim do ano análises geotécnicas das áreas de risco em 56 municípios do Sul e Sudeste e poder traçar as projeções da quantidade de necessária para provocar desabamento de morros e encostas nessas regiões.

“O País não tem ainda a ampla percepção de que os extremos climáticos estão se acentuando. A maioria das cidades brasileiras não tem uma análise geotécnica disponível. Nós temos um software de previsão de chuvas, temos uma memória de previsão de chuvas, mas não temos a análise de quanto de chuva pode levar ao desmoronamento, onde morre mais gente. Sem essa informação, o alerta que nós podemos dar (…) devemos ter no futuro”, explica o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.

“Quando tivermos o levantamento geotécnico concluído, vamos saber exatamente quanto de chuva leva aos desastres e se tem um levantamento muito mais rigoroso”, estima ele.

Conforme o governo, 99,5% das mortes provocadas por desastres naturais no Brasil são resultado de eventos relacionados a água (chuvas, escorregamentos de terras e descargas elétricas).