“Meu Deus, hoje o fedor tá muito forte. Tá difícil até pra respirar”, reclama a moradora. Segundo a empresa, ali existe apenas uma estação de bombeamento.

Depois de um dia, como hoje (quinta-feira, 19) com chuva e o sol voltando a brilhar forte, surgem momentos mais dramáticos para populares que moram próximo a estação (elevatória) de ‘bombeamento’ de esgoto, no bairro Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande. “Meu Deus, hoje o fedor tá muito forte. Tá difícil até pra respirar”, falou Áurea Maria de Azevedo.

A reclamação é geral principalmente na esquina da rua Graciano Alegre com a avenida Manoel Padial, onde mora a dona de casa. Ela conta que de dois anos pra cá, a situação ficou mais complicada. “Tão jogando toda sujeira dentro do córrego, dentro de uma nascente. Isso prejudica o meio ambiente e as famílias que moram aqui perto”.

Exatamente no local da reclamação, fica uma nascente numa Área de Proteção Ambiental, do córrego Lageado. Moradores da região acreditam que ali tem esgoto que transborda, principalmente após as chuvas, com sujeira (até fezes) que estaria sendo despejados ali.

“Por causa do cheiro, não dá nem para chamar visita em casa”, disse Cícero José da Silva, de 57 anos. O autônomo mora há 11 anos em frente à Área de Proteção Ambiental onde está a estação de bombeamento de esgoto.

A empresa responsável

Nesta quinta-feira, o Midiamax voltou ao local para atender nova reclamação da vizinhança. Chegando às imediações, constatamos o forte odor na região e a água do córrego muito suja e escura.

No final da tarde de hoje (19), a Assessoria de Comunicação da empresa responsável atendeu novamente o Midiamax e reforçou que ali ‘não existe tratamento de esgoto, que é feito apenas o bombeamento; e que o material, depois de tratado, segue para o bairro Los Angeles, onde está a maior estação de tratamento da capital.

“O problema são as várias ligações clandestinas, irregulares no bairro e muito lixo que acaba indo para a rede de esgoto também. Com a força da água da chuva, como hoje, a rede não suporta e ocorre isso, o mau cheiro”, falou a assessora da Águas Gariroba.

A fiscalização dessas redes clandestinas, segundo a empresa, é feita pela Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) através do projeto “Córrego Limpo”.

“Quando chove forte demais, a rede não suporta, porque a chuva leva sedimentos como folhas, pedras, terra, entre outros tipos de lixo”, disse a assessora.

De qualquer forma, a Assessoria revelou que mandaria novamente um técnico ao local para averiguar a situação, provavelmente nesta sexta-feira (20).

A orientação é para que os próprios moradores verifiquem as ligações, consertem os problemas e ajudem a evitar ocorrências como essa.

Mais problemas

A reportagem do Midiamax registrou também um buraco no meio do asfalto, que foi sinalizado com uma árvore pelos moradores. “Esse buraco aí é antigo, hein! Há uns cinco anos, eles consertam, passam uns dias, ele quebra de novo. E o pior é que vaza muita sujeira por aí também”, disse Áurea.

A dona de casa conta que chegou de viagem recentemente e já ouviu dizer que alguns moradores estão organizando um abaixo-assinado cobrando providências para acabar o mau cheiro na região.