Chuvas começam a enlamear bairros de Campo Grande sem urbanização, assista ao vídeo

Reportagem percorreu 60 km em regiões de Campo Grande que ainda não têm asfalto e saneamento para registrar efeito das chuvas

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Reportagem percorreu 60 km em regiões de Campo Grande que ainda não têm asfalto e saneamento para registrar efeito das chuvas

Depois de enfrentarem meses de seca e poeira, moradores das regiões mais afastadas do centro de Campo Grande e dos bairros urbanizados começam a sofrer com as primeiras chuvas da primavera.

A reportagem do Midiamax percorreu 60 km nas regiões Centro-Oestee Norte de Campo Grande, passando pelos jardins Paulo Coelho Machado, Bálsamo, Campo Nobre, Jardim das Macaúbas, Residencial Ramez Tebet, Los Angeles, Vespasiano Martins, Jardim das Meninas, Lageado, Dom Antônio Barbosa, Colorado e Nova Lima, já na região norte da cidade.

O cenário e a preocupação dos moradores é a mesma. Com a entrada da estação das águas, milhares de pessoas vão conviver, mais uma vez, com enxurradas, poças e lama.

Moradora do Paulo Coelho Machado, Mônica Soares conta que mal consegue levar o filho na creche quando chove: “É muito ruim, não é moço, porque hoje mesmo eu enfrentei esse barro aqui, ó, para levar a minha filha na creche…é um lugar assim que eu gostaria que desse pra arrumar, né”.

“Pouco mais adiante, no Jardim Bálsamo, a moradora Cleonice Nunes acha “ridículo” o fato da irmã ter de vender a casa porque as visitas não conseguem chegar até lá: “ A gente sente vergonha, humilhação”, diz ela, um pouco constrangida.

Um dos pontos de grande aglomeração de população, água e lama é o conjunto residencial Ramez Tebet, bem no final da zona Sul. E dali em diante, é uma sequência de alagamentos e barro que motivam as queixas dos moradores. Dona Malvina Azevedo resume dizendo que “toda vida quando chove é assim, é aqui, é ali, pra andar aqui é difícil”.

Mesmo as ruas principais dos jardins de casas inacabadas, com tijolo aparente, também estão cobertas pelo barro das vias laterais, compondo um cenário oposto daqueles das regiões urbanizadas de Campo Grande.

O morador Carlos Roberto Lima, há 12 anos no Jardim Colorado, explica como as pessoas conseguem sair de casa para trabalhar ou estudar:“Pra trabalhar, muitos põem sacolinha nós pés, né, pra chegar até o ponto de ônibus e a molecada vai ‘torando’ tudo na água”.

Já na região Norte de Campo Grande, em Nova Lima, o morador João Carlos ironiza: “Quando forma nuvem as ruas já estão esburacadas todinhas”. Mais sério, acha que o asfalto é a solução, mas se vier acompanhado de outra melhoria: “Tem que ser o asfalto com saneamento básico, só fazer e deixar a água ir por cima não resolve nada também”.

Prefeitura divulga investimentos em infraestrutura

Notícia da prefeitura de Campo Grande, divulgada em 11 de setembro, reconhece o problema nos bairros mais informa que as soluções estão em curso, por meio de emendas parlamentares e parcerias com o governo federal, com contrapartida do município.

Segundo a nota, a “Prefeitura de Campo Grande já foi informada pela Caixa Econômica Federal que os projetos onde este recurso será investido foram selecionados pelo Ministério das Cidades. No bairro Dom Antônio Barbosa serão investidos R$ 641.450,00. Para o Jardim Tarumã foram destinados R$ 443.650,00. Em ambos os casos há contrapartida do Município, sendo de R$ 48.811,45 e de R$ 106.350,00, respectivamente”.

A prefeitura informa ter pleno conhecimento da demanda por asfalto nos bairros, que tem rápido crescimento. “Pavimentação asfáltica está entre as obras mais solicitadas pelas comunidades ainda não atendidas por esta benfeitoria, que já têm consciência de que o asfalto traz benefícios para a saúde com o fim da poeira, em termos de mobilidade urbana com deslocamentos mais rápidos e, ainda, valorização imobiliária.

Todos estes aspectos podem se traduzir, a partir da entrega da obra, em autoestima elevada para todas as pessoas beneficiadas”, conclui a nota.

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