Ausência de chuva e calor prejudicam saúde e espalham queimadas por Campo Grande

Na periferia, moradores de bairros sem asfalto reclamam da poeira e da dificuldade para conseguir atendimento médico, principalmente para as crianças

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Na periferia, moradores de bairros sem asfalto reclamam da poeira e da dificuldade para conseguir atendimento médico, principalmente para as crianças

Sem chuva há mais de 20 dias e com altas temperaturas, Campo Grande tem focos de queimadas espalhados por vários pontos da cidade. Na periferia, moradores de bairros sem asfalto reclamam da poeira e da dificuldade para conseguir atendimento médico, principalmente para as crianças, maiores vítimas do clima.

Além de inúmeros terrenos baldios e áreas urbanas, grande trechos de parques públicos ardem em chamas há dias na capital sul-mato-grossense. Às margens do Córrego Anhandui, na marginal Norte-Sul, a vegetação da encosta foi substituída pelas cinzas.

No Parque Linear do Imbirussú, entre os bairros Coophatrabalho e Zé Pereira, o fogo levanta uma cortina de fumaça que atinge a vizinhança na região.

Neste domingo (9) uma grande massa de ar quente e seco cobre toda a região Centro-Oeste do Brasil, deixando o tempo aberto e a temperatura alta na maior parte de Mato Grosso do Sul.

A previsão é de calor forte durante a tarde e umidade do ar muito baixa nas horas mais quentes do dia. Segundo o Climatempo, o avanço rápido de uma frente fria que vem do Sul do País favorece a formação de nuvens sobre o território estadual.

Nas proximidades do lixão, na saída para Sidrolândia, a situação se complica com a queima dos detritos aterrados. “A única coisa que podemos fazer é beber muita água”, conta Marcia Moreira, de 38 anos.

Moradora do Bairro Dom Antônio Barbosa, ela diz que a poeira e a fumaça prejudicam a saúde de todos. “Desde os bebês até os velhos, não tem quem não sofra com um tempo desses”, resume.

No mesmo bairro, Ediene Andresa Moreira de Mello, de 15 anos, caminhava apressada para tirar o bebê de apenas cinco meses de idade do sol no final desta manhã. “A gente não tem asfalto e nem sombra aqui. As casinhas foram entregues faz mais ou menos um ano, e ainda não deu tempo de crescer nada. Então, a gente sofre todo o calor”, conta.

Segundo a jovem, o pior transtorno é quando a saúde não resiste à poeira e tempo seco. “Aqui no bairro só tem um posto que fecha no final do dia. O atendimento 24 horas é só no Bairro Aero Rancho e quase nunca tem pediatra pra atender a gente lá”, reclama.

As orientações para enfrentar a estiagem incluem evitar atividades físicas severas, manter a hidratação com muito consumo de água, proteger a pele com bloqueador solar quando a exposição aos raios solares for inevitável e umidificar os ambientes onde ficam idosos e crianças com panos molhados ou água em vasilhames.

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Marinete Pinheiro
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