Você já deu de cara com um poste no meio da rua enquanto dirigia o ou a moto? Então muito cuidado se for passar pela rua Panônia, no bairro Novo Amazonas, praticamente ao lado do Montevidéo, em Campo Grande! 

O caso foi registrado pelo Midiamax, que esteve no local para mostrar a situação, onde a obra de asfalto foi realizada com “quatro postes” no meio da via.

O autônomo Antonio Ferreira Gomes, que passava pelo local com seu carro, questionou: “Se eu bato meu veículo num poste desse, quem é que arcar com o prejuízo? Isso é um absurdo!”.

E o mais grave ainda, segundo os moradores, as proteções e sinalização em torno dos postes (‘placas refletivas)’ foram colocadas 5 dias depois do asfalto, somente depois das inúmeras reclamações da população. Na esquina, no exato ponto em que o asfalto parou, regristramos ainda um dos postes ‘torto’, oferecendo riscos aos moradores e a quem passa por ali.

Freud explica?!

Os moradores conversaram com trabalhadores da empresa responsável pelo asfalto, que seria a Engepar; esses informaram que a obra teria sido interrompida para ‘retirada’ dos postes. “Ligamos então na Enersul, mas disseram que ainda não havia nenhuma solicitação pra remoção dos postes. Falamos novamente com a empresa, dessa vez pediram para procurar a prefeitura. Lá da prefeitura, falaram pra gente que era a Construtora que deveria explicar esse assunto. E aí, quem vai resolver isso?”.

Esse é o relato de Adeilze do Nascimento, que mora no bairro há mais de 20 anos. Segundo ela, a obra começou no dia 20 de junho. A dona de casa revelou também que o asfalto no ‘quarteirão da discórdia’, os trabalhos foram concluídos há aproximadamente 20 dias.

Havia um poste no meio do caminho

Outra moradora comentou que também chegou a conversar com funcionários da empreiteira e que funcionários da Enersul iriam até o local para averiguar a situação. “Eu vi até algumas pessoas batendo fotos aí, mas não sei quem são e nem falaram nada com a gente”, comentou Eva Miranda da Silva, que mora no bairro há quase 26 anos; e na rua Panônia, no quarteirão em que fica a lateral da casa dela, disse que ‘não há rede de água e nem luminárias ainda’. “Veja, tem poste há muito tempo, mas não tem luz. É uma escuridão só à noite. Depois de tanto tempo, vem o asfalto com postes no meio da rua! Sorte que a minha água vem da rua Jorge Pedro Bedoglim”.

Mais reclamações no bairro

Silvio Matoso reside bem na esquina da ‘discórdia’ e ficou impressionado com a situação. “Não entendi nada. Ficou perigoso demais isso; ainda mais no meu caso, que moro na esquina. O pessoal vira com tudo, pode bater num desses postes ou então desviar e bater na minha casa. E com essas placas agora, a rua ficou mais estreita”.

O comerciante também lembrou que a obra já começou e parou várias vezes, mas não sabe dizer quais os reais motivos.

Os moradores aproveitaram a presença da reportagem para criticar ainda sobre a ausência de ‘áreas de lazer para as do bairro’. Um grande terreno, onde existia um ‘lixão’ foi limpo, mas virou depósito dos materiais da empreiteira (areia e cascalho). “Quando estavam asfaltando, a gente estava sofrendo com a poeira, por causa do entra e sai de caminhões toda hora na frente das nossas residências”, contou Adeilze.

Ouvindo a Enersul

A assessoria da empresa Concessionária de Energia informou que a solicitação para remoção dos postes deve ser feita, neste caso, pela prefeitura. O gerente de comunicação da Enersul confirmou que a ‘solicitação’ para remoção dos postes foi feita terça-feira (8).

Para entender melhor, como funciona o processo: após o pedido, a Enersul faz uma análise, levantamento dos custos para mudança do poste, e tem 30 dias para essa fase. Na sequência, o ‘orçamento’ volta para o solicitante (prefeitura). E depois de aprovado, a empresa (Enersul) tem até 45 para começar a remoção. A partir do dia em que é iniciado o trabalho, são mais 30 dias para conclusão; sendo então um espaço de até 105 dias no total para mudança de um poste.

“O nosso trabalho está com os prazos em dia e ocorre dentro da normalidade. A partir do momento em que a prefeitura autoriza a remoção, também precisamos fazer ainda uma publicação oficial, informar os moradores da área porque precisamos desligar a rede na região”.

O gerente de comunicação informou que a empresa faz cobertura de uma área de ‘260 mil kms quadrados’ em Mato Grosso do Sul. “Temos que avaliar, levantar custos, calcular os impactos com a remoção de postes, pois não pode simplesmente tirar e por em qualquer lugar, tem que pesquisar. Agora, a questão do asfalto que foi feito com os postes no meio a rua, é preciso consultar a secretaria de obras do município”, disse.

Secretaria de obras da prefeitura

“Numa área urbana, devido aos trâmites para remoção e andamento dos trabalhos, existem obras que são feitas normalmente sem a retirada dos postes, o que pode ocorrer depois do asfaltamento”, informou o secretário de obras de Campo Grande, Antonio De Marco.

“A responsabilidade da remoção também é da prefeitura sim, mas, neste caso, ficou acertado que a empresa (a empreiteira) faria o pedido à Enersul”.

O secretário de obras reforçou que ‘não há problema nenhum porque o asfalto ainda não foi concluído. “A própria empresa vai fazer a recuperação, recompor o asfalto. A obra nem foi entregue, então falta muita coisa pra finalizar, como as boca de lobos”.

Já sobre a obra que pára e recomeça, explicou que os trabalhos estão sendo realizados com verbas federais. “Os recursos federais foram interrompidos; e a empreiteira precisa receber para dar continuidade. Estamos ligando todo dia para Brasília ou indo na Caixa Econômica Federal para acelerar esses recursos, mas até agora, nada”.

Em relação aos ‘riscos de acidentes’ na rua Panônia, por causa dos postes no asfalto, também comentou que a ‘obra ainda não está concluída, por isso não foi igualmente finalizada a sinalização naquelas imediações’.