Chove desde domingo no município. Na rodoviária a água invadiu guichês e lanchonetes. Administrador afirma que a culpa é da ‘gravidade’.

Com chuva desde a noite deste domingo (13), Dourados enfrenta vários problemas. Alguns bairros da cidade ficaram alagados e a principal avenida da cidade, a Avenida Marcelino Pires também, o que culminou no alagamento do Terminal Rodoviário.

Aproximadamente 40 famílias foram tiveram suas casas alagadas nos bairros Jardim Santa Clara, Jardim Guaicurus, João Paulo II e Vila Cachoeirinha. Cerca de 20 famílias foram removidas para casas de parentes e as outras foram alojadas na Casa da Acolhida e também Alojamento do Estádio Douradão.

A precipitação que durou aproximadamente trinta minutos teve um alto volume de água, chegando a 43 milímetros de água. O coordenador da Defesa Civil em Dourados, João Vicente Chencarek, acredita que poderia ser pior, mas que devido a retirada de diversas famílias das áreas de risco, a situação foi amenizada. A Defesa Civil visita outras as áreas atingidas para saber se novas famílias precisarão ser removidas.

Ainda chove no município. Até o momento, segundo informação da estação meteorológica da Embrapa Agropecuária Oeste, mais de 50,0 milímetros de água caíram só hoje no município, na chuva que caiu durante toda a madrugada e parece continuar durante toda esta segunda-feira (14). No momento fazem 18.4ºC e a umidade relativa do ar é de 98%, o índice de precipitação é de 1 mm.

Rodoviária
Midiamax

Na vários guichês das empresas de transporte de passageiros foram invadidos pela água. Os sistemas de informática, telefone e cartão de crédito e débito das empresas ficaram indisponíveis durante algum tempo, enquanto os funcionários das empresas tentavam improvisadamente tirara a água que cobriu o piso do saguão e se dirigiu para às lojas do terminal.

Encharcado

Segundo ele cada empresa paga R$580 reais por um espaço de 4 metros quadrados. Algumas, que ocupam maior espaço pagam proporcionalmente. Várias encomendas foram completamente molhadas e estragadas. Dois computadores da empresa terão de ser mandados para manutenção após a invasão da água. “Nós é que arcamos com esse prejuízo”, afirma.

Já um funcionário de uma lanchonete afirma que, dessa vez, o prejuízo para ele não foi dos maiores. “Mas porque colocamos uma porta nova que barra a entrada da água. Da outra vez entrou mais de 50 centímetros de água e queimou os motores de dois nos nossos refrigeradores”, conta o balconista, que afirma que tanto o prejuízo dos motores quanto o investimento na porta ‘barra água’ saíram dos caixas da lanchonete.

Os funcionários das empresas reclamam que a fiscalização é pesada, mas a garantia de que as empresas funcionarão sem prejuízo é nenhuma. “Se o ônibus chega à plataforma e prontamente não desliga os motores, eles multam, devido à responsabilidade ambiental das empresas. Porém não é assim que deveria funcionar”, explica um deles.

Uma funcionária afirma ainda que haveria certa ‘perseguição’ por parte da administração da Rodoviária. “As outras administrações eram mais flexíveis” afirma.

Passageiros também não puderam embarcar devido à queda do sistema de cartão de crédito e débito que se deu após a inundação. O sistema chegou a ser restabelecido, porém após uma hora e meia à queda. “Perdi o ônibus das onze (23) horas para Campo Grande. Agora ficarei até as três aqui na rodoviária esperando o próximo”, disse um passageiro visivelmente transtornado. “Isso é um absurdo!”

Outros problemas
A redação do Midiamax em Dourados entrou em contato com o Administrador do Terminal Rodoviário, Nelson Azambuja. O administrador, que entrou no cargo após a eleição do atual prefeito Murilo Zauith, afirma que o problema com a inundação seria um caso ‘pontual’.

Segundo Nelson, já foi pedido às empresas que façam um levantamento dos prejuízos e que caso seja de responsabilidade da prefeitura, os mesmos serão devidamente ressarcidos. O administrador explica que não há uma solução imediata para o problema de inundação e que a culpa do ocorrido seria provavelmente de bueiros entupidos nas ruas acima da rodoviária e mesmo na Marcelino Pires. Segundo ele a prefeitura deve colocar as equipes de rua para identificar esses bueiros.

Nelson afirma ainda que o problema da entrada da água é devido à ‘força da gravidade’, uma vez que o prédio encontra-se mais baixo do nível da Marcelino Pires. Segundo informou, existe projeto para reformas da estrutura, mas que devem ser iniciadas na parte administrativa que fica no andar superior do prédio. A SEMSUR (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos) estaria de mudança para a o local.

Já sobre uma possível ‘perseguição’, o administrador afirma o regimento interno do terminal, desde a sua inauguração em 1982, já previa as multas às empresas caso não respeitassem o tempo limite para desligamento dos motores, e que antes de multadas as empresas receberam 136 notificações. “Depois foram advertidos por escrito. Foram notificados no mínimo três vezes” afirma.

Azambuja diz também que várias reuniões foram feitas entre e administração e as empresas e que poderá ser feito novamente outras, agora com a presença dos vereadores, para discutir uma possível adaptação no regimento.

Sobre a Taxa de Embarque, o administrador afirma que já foi votado e deve ter processo de licitação ainda este ano um sistema eletrônico de recolhimento da taxa, o que agilizaria o embarque dos passageiros. Ele afirma que com o sistema, o deposito do recolhimento será feito “direto no caixa da prefeitura”. Segundo ele o sistema pode entrar em vigor no início do ano que vem.

Sobre algum transtorno que os passageiros e funcionários vieram a sofrer o administrador lamenta: “Algumas coisas fogem ao nosso controle. Só tenho a lamentar”.

Veja o vídeo da inundação da Rodoviária: