As chuvas constantes em Campo Grande agravam a situação de ruas e causam erosões por toda a cidade, principalmente nos bairros mais afastados do centro, como Jardim Panorama, Jardim Samambaia, Serraville e Maria Aparecida Pedrossian.

No Serraville, Silvano Carvalho (38) reclama das condições da rua União da Serra. Quando chove forte, a água fica empoçada por vários dias e prejudica o tráfego de veículos e o lazer das crianças. O morador conta que já pagou para cobrirem os buracos, mas a chuva volta e só faz aumentar a vala.

A dona de casa Ruth Rosa (53) explica que áreas no Jardim Panorama, onde ela mora, ficam prejudicadas pela grande quantidade de pedras trazidas pela água das chuvas desde o Jardim Noroeste. Como exemplo do acúmulo de entulho, citou a esquina das ruas Lagoa Rica e Tibagi.

O comerciante Almir Santos (53), que tem uma mercearia na rua Tibagi, confirma a versão da dona de casa e diz que há 20 anos ninguém resolve o problema naquela localidade. Ele conta que o movimento no comércio cai depois de uma chuva forte, e a entrega de pedidos também fica prejudicada.

A moradora Irene Duarte (63) conta que quase foi arrastada pela enxurrada de ontem (18) quando estava no Jardim Panorama. Ela e a neta de 12 anos tiveram de se segurar como podiam, e mesmo assim a menina perdeu o chinelo na água.

No bairro Maria Aparecida Pedrossian, dona Maria da Silva relata que os vizinhos encontraram uma solução paliativa para conter as enxurradas: ergueram um morro de terra com quase quatro metros de altura. “Se não for desse jeito, a água entra nas casas e leva tudo”, diz.

Daniel Júnior (32), morador do residencial Oiti, conta que já teve prejuízo de R$ 3 mil por causa das chuvas, quando a enxurrada derrubou o muro que estava sendo erguido em seu terreno.

Na comunidade católica do bairro Maria Aparecida Pedrossian, a água também causa transtornos. Edson Mourão (50) precisou retirar o lodo de dentro do salão com um carrinho de mão. Ele reclama da tubulação de águas pluviais que vive entupida na região.