Cansados de ‘perder tudo’ no período da chuva, famílias querem abandonar bairro de Campo Grande
Morador do bairro Marcos Roberto mostra a casa de sua mãe que foi arrastada por um carro que descia pela enxurrada
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Morador do bairro Marcos Roberto mostra a casa de sua mãe que foi arrastada por um carro que descia pela enxurrada
Após a forte chuva que atingiu Campo Grande na tarde de quinta-feira (06), moradores do bairro Jockey Clube que perderam casas e móveis, pensam em se mudar do local. O bairro foi um dos mais afetados pela chuva que durou cerca de 35 minutos.
No local, as fortes enxurradas levaram a água da chuva para dentro das casas. E hoje, moradores ainda retiram das ruas seus móveis que ficaram destruídos.
Na casa de Cleidionor da Costa, de 53 anos, a água chegou a 1 metro e 30 de altura e levou boa parte dos móveis. A mulher de Cleidionor, Cleusa Vieira, está internada em Presidente Prudente (SP) para fazer tratamento de uma doença que ela contraiu da água das chuvas, que constantemente invadem sua casa.
Ele explica que a doença são feridas que se formaram nas pernas de sua mulher e ela precisou ir para São Paulo, pois em Campo Grande nenhum médico conseguiu diagnosticar o problema.
Na manhã de hoje, Cleidionor amanheceu com feridas semelhantes a de sua mulher e possivelmente também contraiu a doença.
O bueiro em frente à sua casa está entupido com o lixo das ruas e a água que transborda está entrando em sua casa. Ele diz que tem vontade de mudar do lugar, principalmente para tratar sua da doença da mulher, porém seria preciso construir um muro de contenção na casa e avisar o inquilino que a enxurrada pode destruir tudo. “Agora quero ver quem é que vai querer alugar essa casa”, destaca.
Emergência
Desempregado, Ismael Martines, 28 anos, tem três filhos, um de 6 anos que é deficiente físico, um de 5 anos e outro de 3 anos. Ele mora de aluguel há três meses e esta é a última parcela do seu seguro desemprego.
Ontem a enxurrada da chuva entrou e destruiu os móveis de sua casa. Ismael e os filhos tiveram que dormir em tapetes no chão, pois o colchão estava totalmente molhado. “Não tenho dinheiro para comprar novos móveis e nem para mudar daqui. Eu não sei o que fazer e nem por onde recomeçar”, enfatiza desesperado.
Prejuízo
Há quatro meses Zilda de Oliveira, de 67 anos, comprou uma casa no bairro Jockey Clube, onde mora com seu neto de 14 anos. Ela disse que precisou fazer um empréstimo no banco para pagar a casa que custou R$ 72.000 e ainda comprou vários móveis novos para a casa.
Segundo Zilda, o ex dono da casa não havia lhe avisado de que o local tem problemas com a enxurrada da chuva. Mas quando ela se mudou, as vizinhas perguntaram se ela estava preparada para perder alguns móveis quando chovesse.
“Quando eu achei que estaria tranquila, acontece isso. Agora não sei o que fazer, pois não posso vender a casa e não tenho dinheiro para comprar novos móveis”, ressalta Zilda.
Mudança
Durante a chuva de ontem, Aparecida Gonçalves, de 68 anos ligou para seus filhos avisando que seus móveis estavam sendo levados pela chuva, mas devido a correnteza não foi possível que eles chegassem até o local.
Hoje pela manhã, os filhos de Aparecida se uniram para realizar a mudança dela para a casa de uma de suas filhas. “Se eu continuar aqui eu vou morrer afogada”, exagera Aparecida.
Tragédia
No bairro Marcos Roberto, outro bairro afetado, um carro que descia com a enxurrada, destruiu e arrastou uma casa. Maria Guimarães, 65 anos, a dona do imóvel mora em frente à casa de seu filho Darci Guimarães da Silva, 40 anos.
Segundo Darci, quando começou a chuva ele retirou sua mãe da casa junto com alguns móveis e logo depois viu o carro descontrolado vindo em direção ao imóvel que junto com o carro, foi parar dentro de um buraco, ao lado do supermercado Forte Atacadista.
Prefeitura
Na noite de ontem, equipes da Defesa Civil municipal e estadual percorreram os bairros mais atingidos pelas chuvas. Através da Secretaria de Assistência Social municipal foram distribuídos 45 cestas básicas, 45 colchões e 45 lençóis.
Segundo a Defesa Civil municipal a Vila Nhá Nhá, foi o bairro mais atingido, onde cerca de 50 famílias foram afetadas.
O muro do cemitério Santo Antônio que caiu ontem com a chuva, está sendo reconstruído pelos responsáveis pelo local.
Na avenida Ernesto Gueisel uma parte do muro, da obra de contenção do rio Anhanduí, caiu. A obra fica próxima a ponte que está sendo construída.
A marca da água está na grama ao lado do rio e alguns animais foram parar dentro da casa de algumas pessoas do bairro Nha Nhá.
Notícias mais lidas agora
- VÍDEO: Motorista armado ‘parte para cima’ de motoentregador durante briga no trânsito de Campo Grande
- VÍDEO: Menino fica ‘preso’ em máquina de pelúcia durante brincadeira em MS
- VÍDEO: Honda Civic invade calçada e bate em poste na Avenida Bandeirantes
- Ação contra roubo de cargas prende um no Jardim Aeroporto em Campo Grande
Últimas Notícias
Como a indústria de cassinos apoia o turismo e a economia na América Latina?
Descubra como os cassinos na América Latina impulsionam o turismo e geram crescimento econômico com inovação, cultura e oportunidades.
Concurso da Polícia Civil: Em fase final, edital deve sair no primeiro trimestre de 2025
São previstas 400 vagas sendo 300 vagas para investigadores e 100 vagas para escrivães.
Campanha de Natal do Sirpha Lar de Idosos recebe doações até sexta-feira
Neste ano são 86 cartinhas com diferentes pedidos, como roupas, calçados, perfumes e rádios
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.