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Brasil

Lula diz que Mercosul precisa olhar para a Ásia, após Milei criticar bloco

Diplomatas de outros países estão em alerta sobre possível polarização no bloco atual
Evelyn Mendes -
(Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Lula (PT) afirmou hoje que o Mercosul precisa direcionar o olhar para os países da Ásia, que chamou de “centro dinâmico da economia mundial”. A fala ocorreu logo após o presidente da Argentina, Javier Milei, criticar o bloco.

Lula disse que o Brasil se aproximará de países asiáticos. “Nossa participação nas cadeias globais de valor se beneficiará de maior aproximação com Japão, China, Coreia, Índia, Vietnã e Indonésia”, disse durante o discurso.

O presidente brasileiro não mencionou os Estados Unidos. A fala ocorre no contexto da guerra comercial promovida pelo governo Trump. Em abril, ele anunciou um “tarifaço” sobre dezenas de países, entre eles o Brasil, taxado em 10%. A decisão chacoalhou o mercado financeiro e as perspectivas para a economia global em um mundo mais protecionista.

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Logo depois, Trump adiou a aplicação de tarifas acima de 10% por 90 dias, exceto para a China (o Brasil continuou pagando 10%). O presidente dos EUA deu até 9 de julho para que governos negociem acordos. Por enquanto, apenas China, Vietnã e Reino Unido chegaram a algum tipo de acordo e, mesmo assim, de forma provisória. O governo Lula enviou uma proposta comercial, mas a Casa Branca ainda não respondeu.

Lula ressaltou que assume o comando do bloco com compromisso de concluir acordo Mercosul-União Europeia em seis meses. “O próximo semestre será um período de muito trabalho. O Brasil assumiu a responsabilidade de sediar a COP30 em um momento de graves turbulências para o multilateralismo. O apoio do Mercosul e de toda a América do Sul será imprescindível”, escreveu no X.

Milei, por sua vez, começou o discurso hoje afirmando que o Mercosul não cumpriu seus objetivos. “Buscamos colocar fim a uma inércia destrutiva. Propusemos que, como bloco, nos movimentemos como um esquema comercial e regulatório mais livre, no lugar de uma cortina de ferro à qual estamos submetidos, em que cada país possa gozar de maior autonomia”, afirmou.

Lula recebeu hoje a presidência temporária do bloco das mãos de Milei. A Cúpula do Mercosul, que termina nesta quinta-feira (3) em Buenos Aires, marca a primeira viagem de Lula à Argentina sob o comando do ultraliberal.

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Diplomacia dos países trabalha para que faíscas entre Lula e Milei não interfiram nos acordos comerciais do Mercosul. Nos bastidores, diplomatas têm minimizado a polarização atual no bloco.

“Estar no Mercosul nos protege”, disse Lula. “Nossa Tarifa Externa Comum nos blinda contra guerras comerciais alheias”, completou. Contudo, o petista destacou que o bloco terá o desafio de dar continuidade às atividades em um contexto de polarização. “Enfrentaremos o desafio de resguardar nosso espaço de autonomia em um contexto cada vez mais polarizado.”

Lula destacou questões como o fortalecimento do comércio com parceiros externos. Ele falou em ampliar mercados e diversificar parcerias. “Estou confiante de que, até o fim deste ano, assinaremos os acordos com a União Europeia e com a Efta, criando uma das maiores áreas de livre comércio do mundo.” Efta é a Associação Europeia de Livre Comércio, que engloba Suiça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.

Presidente também disse que o bloco deverá enfrentar o tema da mudança do clima. “A realidade se move mais rápido que o Acordo de Paris, expondo a falácia do negacionismo climático”, falou. Ele afirmou que o Brasil reduzirá emissões entre 59% e 67% até 2035 em todos os setores econômicos.

Lula disse que desafio do bloco é combater o . “Não venceremos essas verdadeiras multinacionais do crime sem atuar de forma coordenada”.

O que disse Milei

Argentino falou em liberdade “juntos ou sozinhos”. Ele começou o discurso dizendo que “preferia falar uma verdade difícil do que uma verdade confortável”. Segundo o argentino, o Mercosul foi criado para integrar a economia da região, mas “acabou prejudicando cidadãos e setores da economia”. Milei disse que o bloco “acabou castigando populações com serviços e bens piores” e “freando o crescimento da economia”.

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Ele afirmou que a Argentina “decidiu encarar o progresso” e defendeu que o bloco adote reformas comerciais. “Seguiremos o caminho da liberdade, a Argentina não pode esperar, precisamos de mais trabalho, mais liberdade, de maneira urgente. Nosso país decidiu deixar para trás décadas de parada. Com a história, aprendemos que só fazer isso através do caminho livre”.

Milei disse que o bloco não cumpriu “seu objetivo inicial” e “acabou tirando oportunidades da região”. Ele defendeu ainda o que chamou de “esquema mais livre” que não seja “uma cortina de ferro à qual foram submetidos”. Afirmou ainda que trocas profundas eram impedidas por estruturas rígidas e as tarifas alfandegárias são excessivamente altas.

Argentino também citou a importância de a próxima presidência do bloco combater o crime organizado. “Enfrentamos o desafio de tirar da região o câncer do crime organizado, sobretudo, o narcotráfico”, disse. “Precisamos agir de forma urgente”. Ele citou ainda facções criminosas como PCC e CV em todo o Mercosul. “Deixamos o compromisso para a próxima presidência para combater o crime transnacional organizado”.

*Informações UOL.

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