Festa do Flamengo deixa 30 feridos, 11 detidos e lojas saqueadas no Rio

Comemoração seguiu por trajeto usado por blocos de Carnaval; jogadores pediram, sem sucesso, para que torcedores apenas aproveitassem a festa do Flamengo

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Festa do Flamengo visava a comemorar títulos da Libertadores e Copa do Brasil. (Foto: Gilvan de Souza/CRF)
Festa do Flamengo visava a comemorar títulos da Libertadores e Copa do Brasil. (Foto: Gilvan de Souza/CRF)

A festa do Flamengo pelas conquistas da Copa do Brasil e da Copa Libertadores deixou um rastro torcedores feridos, janelas quebradas e lojas saqueadas no centro do Rio de Janeiro. Na comemoração, que reuniu milhares de torcedores na tarde de domingo (13), eclodiram brigas supostamente entre torcidas organizadas rivais.

O tumulto cresceu e a Polícia Militar interveio com bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral e gás de pimenta, para dispersar os torcedores.

A emergência do Hospital Municipal Souza Aguiar atendeu a cerca de 30 pessoas. Tinham ferimentos diversos, em decorrência das brigas e confusões que marcaram a festa do Flamengo.

A comemoração, convocada pelo clube, começou às 10h (de Brasília) do domingo. Reuniu os atletas em um caminhão e milhares de torcedores rubro-negros ao longo da Avenida Presidente Antônio Carlos e da Rua Primeiro de Março. As vias são tradicionalmente trajetos dos desfiles de blocos carnavalescos.

O clima foi de festa até por volta de 13h, até que começaram algumas brigas isoladas. Mais pessoas se envolveram. As confusões cresceram até que os atritos se tornaram um tumulto com dezenas de envolvidos.

Jogador e presidente pediram fim de brigas na festa do Flamengo

Sobre o caminhão, o atacante Gabriel e Rodolfo Landim, presidente do clube, pediram que os torcedores parassem de brigar. Reforçavam que era um dia para curtir a festa do Flamengo. Não tiveram sucesso.

Na confusão, prédios públicos, como o da sede do Tribunal de Justiça do Rio, tiveram vidros quebrados. O tumulto se espalhou. Torcedores vandalizaram três embarcações da CCR Barcas (Neves, Pão de Açúcar e Urca), responsável pelo transporte de passageiros na Baía de Guanabara.

Alguns grupos invadiram a área restrita das barcas durante a travessia Rio-Niterói, o que, segundo a empresa, violou medidas de segurança. Os invasores danificaram lixeiras, iluminação, assentos, sistema de detecção de incêndio, câmeras de segurança, ar-condicionado e placas de sinalização.

A concessionária estimou em R$ 112 mil os prejuízos.

Festa do Flamengo virou palco para saques

Multidão participou da festa do Flamengo, no Rio. (Foto: Gilvan de Souza/CRF)
Multidão participou da festa do Flamengo, no Rio. (Foto: Gilvan de Souza/CRF)

Enquanto o tumulto se desenrolava, alguns homens aproveitaram para arrombar as portas de uma unidade da Lojas Americanas e uma da rede Ponto Frio, na Rua Uruguaiana. Imagens de saqueadores correndo com caixas de eletrodomésticos se espalharam pelas redes sociais. Centenas de pessoas tiveram de fugir da confusão.

A Polícia Militar informou que, alertada sobre os saques, “equipes foram ao local e as mercadorias já tinham sido recuperadas por funcionários da loja”. “Equipes do 5.º BPM (Praça da Harmonia), Batalhão de Polícia de Choque, (BPChq), Batalhão Especializado em Policiamento em Estádios (BEPE) e Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (RECOM) atuaram em diversos pontos da região Central do Rio”, informou nota da corporação.

Segundo a PM, as unidades atuaram para conter confusões entre os torcedores. Ao fazer um balanço dos tumultos, a corporação informou que 11 pessoas, “envolvidas em confusões e furtos” durante a festa do Flamengo, foram encaminhadas para a 5ª Delegacia de Polícia (DP), que fica no Centro da capital fluminense.

A corporação afirmou que “policiais do 5.º BPM (Praça da Harmonia) e do Centro Presente prenderam os criminosos que praticaram furto”. A polícia ainda recuperou os produtos furtados.

Torcedores fora dos tumultos reclamaram

Vídeos publicados nas redes sociais, porém, indicam que a ação da PM visou também torcedores que estavam afastados dos tumultos. Muitos se queixaram de uso excessivo e desproporcional de força pelos policiais.

A empresa Lojas Americanas informou que “a loja estava fechada no momento da ação, e o alarme disparou assim que a invasão aconteceu”. “A Polícia foi acionada e a companhia ainda está levantando os prejuízos e contribuindo com as investigações”, diz uma nota divulgada pela empresa. A Viavarejo, empresa controladora da rede Ponto Frio, informou que o “incidente ocorrido na loja de Uruguaiana” não teve vítimas. “A empresa está prestando todas as informações às autoridades competentes”, afirmou em nota. Procurada pela reportagem do Estadão, a assessoria do Flamengo não se manifestou.

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