Caso Kat Torres: investigada por tráfico humano, influencer está presa em BH

Ela é suspeita de charlatanismo e manter pessoas em condições análogas à escravidão

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Está presa em Belo Horizonte, Minas Gerais, a influencer Katiuscia Torres Soares, de 34 anos, também conhecida como Kat Torres e ‘Kat a Luz’, por suspeita de charlatanismo e de manter pessoas em condições análogas à escravidão nos Estados Unidos. Ela teve a prisão preventiva decretada pela 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, em inquérito que apura as denúncias. A entrada da detenta em uma penitenciária de Belo Horizonte foi confirmada pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (SEJUSP MG).

Além da prisão, a justiça brasileira ainda expediu um mandado de busca e apreensão e quebra de sigilo de dados telemáticos e telefônicos da mulher, que também se considera uma guru. Ela teve documentos e celular apreendidos. No Brasil, a investigação apura denúncias de que ela teria aliciado jovens para trabalhar como “au pair”, uma espécie de babá, nos Estados Unidos. Lá, as vítimas teriam sido submetidas a trabalho em condições análogas à escravidão. Naquele país, Katiuscia foi presa no início de novembro com outras duas brasileiras por estarem com o visto americano vencido.

O processo de extradição correu em sigilo de justiça. Kat Torres chegou ao Brasil na última sexta-feira, 18, em um voo com outros deportados. Ela desembarcou com o grupo no Aeroporto de Confins, na Grande Belo Horizonte. No dia seguinte, sábado, 19, a guru brasileira foi levada para uma cela do Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, na capital mineira.

“Ela está em uma cela provisória de triagem e sozinha. O local possui pia, chuveiro e vaso. Os banhos de sol na penitenciária acontecem todos os dias por cerca de duas horas”, informou a SEJUSP MG.

Kat Torres se apresenta em redes sociais como ‘life coach’ e guru espiritual, além de escritora. Ela cobrava valores para dar consultas prometendo evolução espiritual e sucesso na carreira, nas finanças e nos relacionamentos. A mulher entrou na mira da polícia quando parentes e amigos começaram a procurar uma jovem que foi levada por Katiuscia para morar com ela nos Estados Unidos. A jovem chegou a gravar um vídeo pedindo ajuda, mas depois deletou suas páginas em redes sociais.

O caso foi registrado em boletim de ocorrência por suspeita de tráfico humano. Uma das jovens levadas para os Estados Unidos pela guru publicou em rede social que estava em cárcere privado. Outras denúncias surgiram contra Kat Torres, entre elas um registro policial por denunciação caluniosa tendo como vítima a modelo brasileira Yasmin Brunet. Kat e outras duas brasileiras supostamente aliciadas por ela usavam as redes sociais para atacar personalidades brasileiras.

Até a tarde desta terça-feira, 22, Katiuscia Torres não tinha advogado constituído no processo que tramita na Vara Criminal Federal de São Paulo.

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