O Ministério da Saúde confirmou, nesta segunda-feira (30), dois casos suspeitos de varíola dos macacos no Brasil. Um deles é de paciente no Ceará e outro em Santa Catarina.

Há ainda um terceiro possível caso suspeito, que está sendo monitorado no Rio Grande do Sul.

Assim, a pasta informa que os pacientes estão ‘isolados' e em recuperação, sendo monitorados pelas equipes de vigilância em saúde. A investigação está em andamento e nova coleta será feita para análise laboratorial.

Já o terceiro caso que ainda não é classificado como suspeito, no Rio Grande do Sul, está passando por uma ‘reavaliação', segundo o Ministério da Saúde.

Isso acontece porque o indivíduo tem um outro diagnóstico confirmado, mas por possuir histórico de viagem para local suspeito, há uma investigação para confirmar se o caso será tratado como suspeito ou se será descartado.

O que é a varíola dos macacos?

Originalmente conhecida como Monkeypox, a varíola dos macacos é uma doença endêmica da e recentemente tem causado alerta no mundo por conta de infecções registradas desde o início de maio na América do Norte e Europa. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), até semana passada eram 131 casos confirmados e 106 suspeitos em todo mundo.

O que chama atenção das autoridades mundiais em saúde é que essa é a primeira vez que a doença causa surto em várias partes do mundo sem que os pacientes com a doença tenham viajado para a África.

De acordo com o Instituto Butantan, a varíola dos macacos pode ser definida como uma “doença febril” aguda, que ocorre de forma parecida à da varíola humana.

Principais formas de contágio da varíola dos macacos

Varíola dos macacos, até o momento, tem baixos índices de mortalidade (Foto: Agência Brasil)

A infecção pelo vírus se dá de três formas: em contato com um infectado com o vírus, com outra pessoa doente e também com materiais contaminados. De pessoa para pessoa, o vírus é transmitido no contato com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.

Portanto, as formas mais comuns de contágio são as seguintes:

• do contato com roupas ou lençóis (como roupas de cama ou toalhas) usados por uma pessoa infectada; 

• do contato direto com lesões ou crostas de varíola de macaco; 

• da próxima à tosse ou a espirro de um indivíduo com erupção cutânea de varíola. 

Sintomas e prevenção

Segundo as autoridades, o período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias e os sintomas costumam aparecer após 10 ou 14 dias. Além das erupções cutâneas, a varíola dos macacos causa dores musculares, na cabeça e nas costas, febre, calafrios, cansaço e inchaço dos gânglios linfáticos.

Em nota emitida na semana passada, o Ministério da Saúde afirma que o melhor método de prevenção para o contágio é reforçar a higiene das mãos e ter cuidado no manuseio de roupas de cama, toalhas e lençóis usados por pessoas infectadas.

Vale ressaltar que não há tratamento específico para a doença ou vacina contra o vírus, no entanto, a vacina padrão contra varíola também protege contra esse vírus. A varíola foi erradicada no mundo em 1980.

Nos Estados Unidos, último país fora do continente Africado a registrar surto da doença no início dos anos 2000, não houve nenhuma morte causada pela doença. Segundo especialistas, esse cenário revela que com assistência adequada, a doença, apesar de grave, pode não representar uma epidemia, como a causada por vírus respiratórios, como a Covid-19.