Primeiros depoimentos

“Mas ele ainda reconheceu a existência do grupo paralelo, constrangimento de algumas oportunidades por ter sido desautorizado pelos discursos negacionistas de Bolsonaro”, observou Calheiros.

“É Um morticínio agravado por práticas irresponsáveis, que apuradas gerarão responsabilidades de algum ou alguns. Não tenho absolutamente nenhuma dúvida de que nós vamos chegar no desfecho final. Sinceramente, não torço para incriminar ninguém, responsabilizar ninguém, se o governo usasse melhor suas energias para esclarecer os fatos, diferentemente do que está fazendo, seria melhor e facilitaria o trabalho da CPI”, opinou o relator.

Cloroquina

Ao falar da necessidade de a CPI investigar se o tratamento precoce contra covid-19, com o uso da cloroquina, foi transformado em política pública, Calheiros lembrou a participação do Exército na produção do medicamento. “Se isso aconteceu, pelo ministério ou não, com órgão paralelo ou não, seja lá por quem for, quem fez isso vai ser responsabilizado”. O relator quer saber neste episódio “quem mandou” e “quem obedeceu”.

“Estimularam a produção dos medicamentos no Exército, instituição respeitável, quem foi que mandou, quem obedeceu, como vamos responsabilizá-los. Vamos investigar”, disse. Como mostrou o Broadcast, a CPI aprovou nesta semana vários requerimentos de autoria de Calheiros que buscam reconstruir os passos do governo Bolsonaro sobre o incentivo ao uso da cloroquina. Num deles, ele do Comando do Exército dados como da origem dos pedidos de produção de cloroquina durante 2020 e 2021 e da distribuição desses comprimidos.