‘Entrei em desespero no palco’, diz vocalista de banda em interrogatório no júri da Kiss

Quarto e último réu, Marcelo de Jesus, foi ouvido nesta quinta-feira (9). Acusado de acionar o artefato pirotécnico e dar início ao fogo no trágico caso da boate Kiss.

No 9º dia de julgamento, Marcelo respondeu os questionamentos do juiz Olando Faccini, e comentou sobre o uso de fogos de artifício em ambientes e apresentações em locais como a Kiss.

Marcelo descreveu como iniciou o fogo

“Fiz a coreografia. Tirei a mão, o Luciano tirou a luva de mim, guardou, continuamos tocando”, disse. Logo depois, foi advertido de que o teto pegava fogo. “No que olhei tinha uma bola, uma chama assim que nem a de fogão. No que eu olhei ali já vinha rapaz com extintor “. Segundo o G1, ele teria largado o microfone, pego o extintor e gritado “fogo” para quem estava próximo.

“Eu disse vou apagar. Na minha cabeça eu ia apagar. Tive uma chance só de apagar o fogo e a chance que eu tive eu não consegui. O extintor não funcionou. Entrei em desespero de cima do palco, não sabia o que fazer”, relatou, emocionado.

Marcelo perdeu a consciência e foi retirado da boate pelo seu irmão, que também tocava na banda e disse que, quando se deu conta, ele estava no meio das pessoas mortas. 

“Duas vezes escapei da morte” diz músico

O músico disse que só está vivo hoje por conta do seu irmão, que o ajudou a sair do local. “Eu não sobrevivo, doutora, estou aqui só por Deus, duas vezes escapei da morte. Tanto pela boate Kiss quanto por essa doença que afetou todo mundo.” Há cinco meses, Santos contraiu a covid-19 e precisou ser internado. A mãe dele acabou morrendo por conta da doença.

O resultado do julgamento está previsto para encerrar ainda hoje.