Cientistas da UFRJ pedem a adoção imediata de medidas urgentes para que o atual quadro de “catástrofe” nacional diante da pandemia de possa ser revertido. Os especialistas, que integram o Grupo de Trabalho Multidisciplinar para Enfrentamento da Covid-19, emitiram nota na noite desta segunda-feira, 22, diante da escalada nacional de infecções e mortes pelo coronavírus e à constatação de aumento na carga viral de pacientes infectados, o que pode indicar uma de novos casos nas próximas semanas.

As medidas de devem ser intensificadas, acompanhadas das devidas ações de transferência de renda, bem como uma campanha nacional para a distribuição e o uso de máscaras – medidas que comprovadamente diminuem a velocidade de transmissão do Sars-CoV-2.

Segundo os pesquisadores, “a atual situação é de altíssima gravidade”. No Centro de Triagem e Diagnóstico para Covid-19 da UFRJ foi observado nas duas últimas semanas, um aumento significativo do número de testes RT-PCR positivos nas últimas duas semanas, em relação às duas semanas anteriores, de 11,6% para 20,1%.

“É importante ressaltar que, nesse mesmo período, por meio dos resultados obtidos de RT-PCR constatou-se um aumento da carga viral média estimada, o que representa risco de aumento da transmissibilidade e, consequentemente, um potencial de explosão de casos nas semanas subsequentes, alertando para a relevância da intensificação das medidas de contingência.”

Os cientistas ressaltam o fato de o Brasil permanecer isolado “como o único país sem uma estratégia precisa de combate à pandemia”. “Por mais que os pesquisadores tenham contribuído com propostas cientificamente embasadas, as dificuldades impostas pela desorganização pública, as incompreensíveis atitudes de alguns gestores e os comportamentos de uma parcela da sociedade reduzem a eficácia das medidas tomadas de forma isolada”, destaca o texto.

De acordo com os cientistas da UFRJ, “o Brasil tem destoado das abordagens mais assertivas e resolutivas sugeridas e adotadas por países que apresentam resultados melhores no enfrentamento da pandemia. Consequentemente, o Brasil assume posição dianteira no cenário de casos e óbitos por covid-19 e como território fértil ao surgimento de variantes do vírus, provocando uma rejeição internacional aos brasileiros e afetando, ainda mais, a nossa economia”.