Boate Kiss: Preocupação era ‘quanto mais gente, melhor’, diz ex-funcionária e irmã de vítima

“Se preocupavam em quantas pessoas estavam indo e quanto ganhavam com isso”, disse Vanessa

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Vanessa Vasconcellos
Vanessa Vasconcellos

Ex-funcionária da Boate Kiss, Vanessa Vasconcellos era irmã de uma das vítimas que morreu na tragédia que chocou o país em 2013. Em entrevista ao UOL realizada nesta quinta-feira (2), ela disse que os sócios Elissandro Callegaro Spohr — conhecido por Kiko — e Mauro Londero Hoffmann sempre priorizaram o lucro, em detrimento à segurança dos clientes.

“A única preocupação dos sócios era quanto mais gente, melhor. Nunca teve preocupação em como as pessoas estavam se sentindo lá dentro. Se preocupavam em quantas pessoas estavam indo e quanto ganhavam com isso”, afirmou. Vanessa integrava a equipe de comunicação da boate.

Justiça sendo feita

A ex-funcionária, ainda revelou que a família não recebeu nenhuma indenização após a morte da irmã, que trabalhava como recepcionista na boate, nem ao menos um pedido de desculpas dos sócios do estabelecimento. “Até esse que entrou chorando. Nunca pediram desculpa, nunca deram uma palavra de apoio. Nunca se ofereceram para nada”, disse.

Primeiro dia de Julgamento

Nesta segunda-feira (1), aconteceu o primeiro dia de julgamentos dos acusados pelo incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), após mais de oito anos da tragédia que deixou 242 mortes e 636 feridos. O julgamento vai durar cerca de 15 dias.

Acusação

Os réus respondem por homicídio simples, com dolo eventual, quando se assume o risco de matar, contabilizados da seguinte forma: 242 vezes consumado, proporcional ao número de mortes, e 636 tentativas, em referência ao quantitativo de feridos.

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