Na pressão: Roberto Jefferson diz que Bolsonaro cai se não se aliar aos partidos do ‘centrão’

Em entrevista ao jornal baiano A Tarde, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, disse que o Supremo Tribunal Federal (STF) fez interferências “descabidas” nas ações do governo federal e que isso está provocando uma crise sem precedentes, com ameaças à estabilidade da política do país. Responsável pela denúncia do mensalão, no governo Lula, ele […]

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Em entrevista ao jornal baiano A Tarde, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, disse que o Supremo Tribunal Federal (STF) fez interferências “descabidas” nas ações do governo federal e que isso está provocando uma crise sem precedentes, com ameaças à estabilidade da política do país. Responsável pela denúncia do mensalão, no governo Lula, ele ainda avaliou que, caso o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não se alie a partidos do chamado Centrão, ele pode ser destituído.

As declarações vieram na esteira da suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem – por Bolsonaro – para a chefia da Polícia Federal, após a exoneração de Mauricio Valeixo. O ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, contrário às interferências que o presidente vinha fazendo na corporação, se opôs à troca e pediu demissão da chefia da Justiça, criando uma crise política no Planalto. Ao sair do governo, Moro acusou Bolsonaro de tentar controlar politicamente a PF, que investiga o filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), por suposto envolvimento em esquema de disparo de notícias falsas.

Jefferson disse que a decisão do ministro Alexandre Morais, foi “uma indevida intromissão do ministro, em usurpar poderes que são prerrogativas legais e constitucionais do presidente da República”. “Um absurdo a atitude dele. Ele errou, se equivocou, ele abusou dos seus poderes e das suas prerrogativas. Eu, se fosse o Bolsonaro, sabe o que eu faria com aquele mandato de segurança? Eu rasgava e jogava no lixo”, disse. “Publicava a nomeação do Dr. Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal, dava a posse e mandava o ministro Alexandre Moraes ir reclamar com o papa, lá em Roma. Eu não acataria essa decisão arbitrária que ele tomou”, acrescentou.

Para o presidente do PTB, a postura do Supremo abre caminho para uma crise institucional sem precedentes no país. “Ou se põe um ponto final a isso ou ninguém mais governa este país em paz. Eles vão querer interferir no orçamento, na política sanitária, na saúde”, disse ao colunista Osvaldo Lyra, sugerindo que se Bolsonaro não reagir “vão subir no cangote dele”. Ele lembrou que os ex-presidentes Michel Temer e Dilma Rousseff foram cobrados por seus ministros quando foram desautorizados, em outras ocasiões, pelo Supremo.

Na entrevista, Jefferson ainda reiterou a acusação de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estaria capitaneando uma conspiração ao lado do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), do governador de São Paulo, João Dória (PSDB), do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), para derrubar Bolsonaro através de um impeachment. Em troca, Maia teria a possibilidade, de acordo com Jefferson, de se reeleger presidente da Câmara na mesma legislatura, uma vez votada a PEC 101.

O Petebista ainda convidou o presidente Bolsonaro para voltar ao partido. “Ele vindo para o PTB, ele vai encontrar homens da mesma estirpe, do mesmo tamanho intelectual e da mesma base filosófica que ele tem e que vão protegê-lo na sua caminhada. É um partido que se concilia com a sua maneira de pensar e com a sua maneira de agir”, disse.

 

 

 

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