O 3364/20 institui regime tributário especial para empresas do transporte público urbano e metropolitano durante a pandemia de . O texto, que tramita na Câmara dos Deputados, beneficia empresas de ônibus, metrô, trem metropolitano e outros transportes públicos, inclusive transporte aquaviário e ferroviário.

Segundo o autor da proposta, deputado Fabio Schiochet (PSL-SC), é preciso proteger o setor das consequências econômicas das paralisações dos serviços durante a pandemia. Os benefícios fiscais aplicam-se até o final de 2022.

Schiochet afirma que a extensão do benefício tributário até o fim de 2022 é necessária porque o setor deverá sofrer ainda mais impactos negativos durante a normalização da situação social no País. “Caso não haja ação, deverá ocorrer o aumento generalizado das passagens em todos os municípios”, diz o deputado.

 

Benefício fiscal

O Regime Especial de Emergência para o Urbano e Metropolitano de Passageiros (Remetup) prevê os seguintes benefícios para as empresas participantes:

– zera alíquotas do PIS/Cofins sobre o faturamento de transporte público urbano de passageiros;

– zera alíquota da Cide/combustíveis de óleo diesel;

– zera alíquota de PIS/Cofins e do PIS/Cofins Importação com a cessão de créditos de outros tributos ou contribuições federais na aquisição de itens como óleo diesel, veículos, pneus e energia elétrica.

– zera alíquota de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) com a cessão de créditos de outros tributos na compra de itens ligados ao transporte público coletivo; e

– reduz contribuição à seguridade social para 2% sobre o faturamento, com a desoneração da folha de pagamento.

 

Além disso, a energia elétrica terá redução de 75% nas tarifas.

 

Requisitos

O projeto estabelece alguns requisitos para a concessão do benefício fiscal, como:

– assinatura de convênio com a União prevendo contrapartida como redução, isenção ou não incidência de ISS (municipal) ou mesmo restituição do imposto;

– concessão de subsídio ou restituição direta às empresas até o equivalente à redução do sobre itens como aquisição de veículos e óleos;

– elaboração de laudo sobre os impactos dos com auditoria do tribunal de contas específico para municípios com mais de 200 mil habitantes;

– compromisso de praticar tarifas específicas, respeitado o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

 

Os recursos aplicados por estados e municípios nessas empresas poderão ser aceitos para abater a dívida desse ente com a União até o limite de 30% do total mensal a pagar.

 

Pelo projeto, ficam fora do regime fiscal empresas:

– em débito tributário federal, estadual ou municipal, salvo em caso de renegociação de dívida;

– de transporte de passageiros que não tenha caráter urbano.

A fiscalização da aplicação do regime fica a cargo da Receita Federal e dos órgãos de fiscalização locais de transporte. O texto prevê que as empresas enviem mensalmente planilhas detalhadas de custos e receitas e balanço patrimonial.

Quem descumprir condição prevista no convênio fica fora do regime especial e deve recolher os tributos que tinham sido dispensados. A venda de algum produto beneficiado pelo regime, antes de dois anos de sua compra, deve ser precedida do recolhimento dos tributos.