Pesquisa mostra casos compatíveis com a recorrência de covid-19
Pesquisadores cearenses identificaram 12 casos de pessoas que adoeceram duas vezes por covid-19. O estudo é conduzido por pela Secretária de Saúde do Ceará, Fiocruz, e Universidade de Fortaleza (Unifor). Um dos responsáveis pela pesquisa, o infectologista do Hospital São José, Keny Colares, relata que o estudo teve início depois que algumas pessoas passaram a […]
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Pesquisadores cearenses identificaram 12 casos de pessoas que adoeceram duas vezes por covid-19. O estudo é conduzido por pela Secretária de Saúde do Ceará, Fiocruz, e Universidade de Fortaleza (Unifor).
Um dos responsáveis pela pesquisa, o infectologista do Hospital São José, Keny Colares, relata que o estudo teve início depois que algumas pessoas passaram a informar as autoridades de saúde que estavam tendo sintomas de covid-19 pela segunda vez.
“Gente que tinha tido o sintoma em março e abril, o teste tinha dado positivo e tinha ficado bom. No final de maio, começo de junho, essas pessoas começaram a ter sintomas novamente. A gente viu que havia casos semelhantes relatados, o mais importante deles, registrado na China, onde acharam cinco casos entre um grupo de cerca de 90 indivíduos. Saiu a primeira nota técnica em julho, comunicando seis casos com essas características. Nós estamos concluindo uma nota ampliando esses casos para 12 casos”, revelou.
Keny Colares explica que os casos estudados têm características compatíveis com a recorrência, oriunda da mesma infecção – que é quando a pessoa tem a doença, melhora, e volta a manifestar sintomas.
O infectologista destaca que o grupo vai aprofundar os estudos para saber se essa nova manifestação da doença foi na realidade uma reinfecção. Neste caso, a pessoa ficou curada, teve novo contato com o vírus e se contaminou de novo. Essa semana, um caso desse foi confirmado nos Estados Unidos.
“O que está publicado aí na literatura, foi estudado o material do vírus da primeira infecção e da segunda infecção, comparando o código genético desses dois vírus mostrando que era vírus diferentes. Provavelmente, a pessoa se contaminou novamente e estão sendo chamados de reinfecção. Os nossos casos, talvez a gente não tenha como comprovar se é reinfecção porque a gente ainda não conseguiu fazer esses testes de estudo do genoma desses vírus. Nós estamos buscando recolher esse material para conseguir fazer”, explicou.
A Secretaria de Saúde do Ceará ainda está apurando a situação de 160 pessoas de diversas regiões do Ceará que testaram positivo duas vezes para a covid-19. Os casos são pacientes que, realizaram dois exames RT-PCR com uma diferença de 21 dias ou mais e tiveram resultado positivo para a doença em ambos.
Para o médico, a principal lição para esse momento – ainda de muitas incertezas – é que devemos manter os cuidados para evitar a disseminação do novo coronavírus.
Em setembro, o artigo sobre os Sintomas Clínicos Recorrentes de Covid-19 nos seis primeiros casos analisados pelos pesquisadores cearenses ficou entre os dez estudos de maior destaque do site Covid Reference.
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