Paulo Marinho depõe por cinco horas e, ao sair, alega que processo é sigiloso

Após cerca de cinco horas de depoimento na superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, o empresário Paulo Marinho disse que não podia comentar sobre o que falou aos investigadores porque o inquérito é sigiloso. Havia a expectativa de que ele apresentasse provas sobre as acusações que fez contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), […]

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Após cerca de cinco horas de depoimento na superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, o empresário Paulo Marinho disse que não podia comentar sobre o que falou aos investigadores porque o inquérito é sigiloso. Havia a expectativa de que ele apresentasse provas sobre as acusações que fez contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), de quem é suplente. Ao chegar ao local, o ex-aliado da família presidencial foi perguntado sobre o que carregava na mochila. “Um suco de laranja”, brincou.

O depoimento foi prestado a delegados da PF e procuradores do Ministério Público Federal. Enquanto os policiais reabriram um procedimento antigo sobre o suposto vazamento da operação Furna da Onça, o MPF abriu um inquérito a partir das declarações do empresário.

“Para não prejudicar as investigações, não posso dar nenhuma declaração a respeito do meu depoimento. Em respeito a vocês que estão aqui desde as duas da tarde, vim dar essa declaração”, limitou-se a dizer Marinho ao sair da superintendência.

Em entrevista à Folha de S.Paulo publicada no último domingo, Marinho afirmou que um delegado teria se encontrado na porta da superintendência da PF – a mesma em que foi depor hoje – com interlocutores do então deputado estadual e hoje senador para informar que a operação seria atrasada, a fim de não prejudicar a família Bolsonaro em meio ao período eleitoral de 2018.

A operação foi às ruas no dia 8 de novembro e cumpriu 19 mandados de prisão temporária, três de prisão preventiva e 47 de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) e tendo como foco deputados da Assembleia Legislativa do Rio.

Flávio não era alvo, mas relatórios de inteligência financeira produzidos pelo antigo Coaf já apontavam desde janeiro daquele ano movimentações suspeitas nas contas de Fabrício Queiroz, seu suposto operador financeiro no esquema de “rachadinha”. Os relatórios tinham como escopo deputados e assessores da Alerj, e o caso específico de Flávio foi revelado pelo Estadão no início de dezembro, quando o procedimento investigativo já havia sido aberto pelo Ministério Público do Rio.

Segundo Marinho, os advogados Miguel Braga Grillo e Victor Granado Alves, que têm longo histórico de relação com a família Bolsonaro em gabinetes e processos judiciais, compareceram à sede da PF junto com outra interlocutora, Val Meliga, para ouvir o que o delegado tinha a dizer.

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