Pacientes infectados pelo coronavírus relatam detalhes da recuperação

Casos suspeitos e confirmados de coronavírus seguem se multiplicando em todo o mundo. Em reportagem publicada nesta terça-feira (3), o Yahoo publicou reportagem com relatos de pacientes que ficaram doentes e contaram a experiência. Poucos querem falar sobre sua experiência abertamente, por causa da discriminação e o estigma que temem enfrentar. No entanto, já houve […]

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Casos suspeitos e confirmados de coronavírus seguem se multiplicando em todo o mundo. Em reportagem publicada nesta terça-feira (3), o Yahoo publicou reportagem com relatos de pacientes que ficaram doentes e contaram a experiência.

Poucos querem falar sobre sua experiência abertamente, por causa da discriminação e o estigma que temem enfrentar. No entanto, já houve que quebrasse o silêncio. Confira abaixo alguns relatos:

Julie  Cingapura

Julie, de Cingapura, onde mais de cem casos do novo coronavírus já foram registrados, não deu muita atenção aos primeiros sintomas da doença.

“No dia 3 de fevereiro, tive febre. 38,2°C; 38,5°C. Tomei dois Panadol (remédio à base de paracetamol), e fiquei bem. Só me senti um pouco cansada e me lembro de ter dormido durante todo o dia”, relembrou ela à BBC.

“Depois disso, a febre passou e, no restante da semana, estava bem. Não tive nada, nem uma fungada ou uma tosse. Porém, no dia 7 de fevereiro, bem de madrugada, por volta das 3h, acordei e meu quarto estava girando”, acrescentou.

No dia seguinte, Julia foi diagnosticada com Covid-19. Ela foi isolada em um quarto de hospital.

“Quando atravessava o estágio crítico da doença, uma das coisas que mais senti foi dificuldade para respirar. Parecia que meus pulmões estavam trabalhando mais, realmente fazendo um esforço. Não é como um dia normal, em que não temos consciência sobre como respiramos. Era tão trabalhoso ir da minha cama até o banheiro, que ficava a cinco metros de distância. Caminhar até o banheiro era um desafio”, disse.

“Não estou a par do impacto de longo prazo dessa doença. O que sei é que não posso caminhar por muito tempo, pois perco o fôlego. E sinto a necessidade de sentar. E isso nunca tinha acontecido comigo”, acrescentou.

Carl Goldman  EUA

Os efeitos do coronavírus em Goldman foram “fortes e rápidos”. Ele foi um dos passageiros do cruzeiro Diamond Princess, que navegava pelo litoral do Japão, a contrair a doença.

Em entrevista à rede de TV americana ABC News, ele disse que uma pessoa pode “permanecer dias sentindo-se bem antes dos sintomas aparecerem”.

“Ou seja, podemos expor várias pessoas ao vírus sem saber”, destacou.

Goldman lembrou que teve “um pouco de tosse, mas achei que se tratava do ar seco na cabine. Então, adormeci e quando acordei, sabia que estava com febre alta. Minha mulher me tocou e viu que eu estava ardendo. Procurei os médicos militares, eles tiraram minha temperatura e imediatamente me transferiram para a zona de quarentena”.

Sintomas

Febre alta foi o principal sintoma, em 99% dos casos, enquanto mais da metade dos pacientes apresentou cansaço e uma tosse seca. Um terço deles também sentiu dor muscular e dificuldade para respirar. Uma minoria teve diarreia e náusea um ou dois dias antes de apresentar esses sintomas.

Segundo o Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças, 80% dos casos do novo coronavírus são brandos. Cerca de 15% dos pacientes apresentam o caso severo da doença, e apenas 5% ficam gravemente doentes.

A taxa de mortalidade (em torno de 2,1%) é mais alta do que a da gripe (0,1%), porém mais baixa se comparada a de outras doenças, algumas delas existentes no Brasil, como a febre amarela, por exemplo (30%). Pacientes idosos e com doenças pré-existentes, como diabetes ou câncer, têm risco mais elevado de apresentarem os sintomas mais graves da doença.

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