“Essa questão deverá ser trabalhada agora com o papa, nas instâncias da Santa Sé. Será retomada”, disse d. Cláudio Hummes. “Esse pedido terá que ser elaborado e cumprido.”
O relator-geral disse que o organismo eclesial anunciado pelo papa a Amazônia, após o Sínodo, terá um papel importante na discussão, no âmbito do Vaticano, sobre como realizar o ordenamento de padres casados em áreas de escassez.
Segundo d. Cláudio, a igreja não pode deixar de se preocupar em buscar uma solução para que os povos tenham acesso à eucaristia. “O que edifica a Igreja é a assembleia eucarística reunida, isso é o que forma e alimenta a Igreja”, ressaltou.
O cardeal disse que o documento final do Sínodo, votado pelos bispos em outubro e não citado pelo papa na exortação, “não vai para a estante” e que a Igreja deve ser empenhar na sua aplicação. “Não significa que, feita a exortação pós-sinodal, se possa incinerar o documento final do Sínodo. Talvez se esperasse que fosse um decreto, o que não é próprio da exortação”, afirmou d. Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O bispo lembrou que o sumo pontífice determinou um estudo para atualização de questões referentes ao ministério, cujo documento atual tem mais de 50 anos.
Em resposta à falta de sacerdotes na região amazônica, em vez de citar o pedido pelo ordenamento como padres de homens com família já constituída, o sumo pontífice sugeriu dar ênfase ao trabalho missionário itinerante e que diáconos permanentes, mulheres religiosas e leigos “assumam responsabilidades importantes”.