Juros fecham de lado após altas consecutivas, mas temor com fiscal permanece

A sexta-feira (14) foi de movimentos laterais nos juros futuros, que oscilaram com viés de baixa pela manhã e de alta à tarde, em comportamento distinto ao que se viu nos últimos dias, quando as taxas de médio e longo prazos subiram persistentemente em razão da piora da percepção de risco fiscal e político. Apesar […]

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Imagem ilustrativa. (Foto: Agência Brasil)
Imagem ilustrativa. (Foto: Agência Brasil)

A sexta-feira (14) foi de movimentos laterais nos juros futuros, que oscilaram com viés de baixa pela manhã e de alta à tarde, em comportamento distinto ao que se viu nos últimos dias, quando as taxas de médio e longo prazos subiram persistentemente em razão da piora da percepção de risco fiscal e político. Apesar da pausa no ganho de inclinação da curva hoje, as preocupações não se dissiparam. O mercado segue vendo riscos à manutenção de Paulo Guedes à frente da equipe econômica e desconfiado do real comprometimento do presidente Jair Bolsonaro com a pauta liberal e ajuste das contas públicas. A agenda do dia, com destaque para o IBC-Br de junho e o IGP-10 de agosto, não chegou a ter impacto nos preços nem alterar o quadro de apostas para a Selic. A curva mantém precificação de queda marginal para mais um corte da taxa básica.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 2,80%, de 2,813% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 passou de 4,004% para 4,01%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 5,81%, de 5,824% ontem, e a do DI para janeiro de 2027 passou de 6,853% para 6,83%.

Mesmo com o volume de prêmio elevado na curva, o investidor não se sente confortável para voltar a aplicar. Não há estímulo para ficar vendido em um ambiente de forte incerteza sobre o futuro das contas púbicas e com Guedes na berlinda. “O mercado, que por muito tempo desprezou o risco fiscal, está arredio em meio a esse ruído de que Guedes não sobreviverá no cargo, o que poderia precipitar a saída de Roberto Campos Neto e outros. Isso seria muito, muito ruim”, disse o operador de renda fixa da Terra Investimentos Paulo Nepomuceno. Na sua avaliação, a curva ainda não explodiu até o momento porque ainda não há precificação de ruptura.

Para o economista e ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsmann, a possibilidade de saída do ministro precisa ser contemplada, mas ele disse não acreditar que isso vai acontecer no prazo curto. Já a economista e ex-diretora de desestatização do BNDES Elena Landau defendeu a troca. “Não vejo ambiente para voltar a discussão real e séria das reformas. O ministro Paulo Guedes perdeu credibilidade e deixou de ser âncora para virar pedra no sapato do governo”, afirmou. Ambos participaram de um debate promovido pela rádio Jovem Pan.

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