Em entrevista à revista Fórum, o ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro da Justiça do governo Lula, Tarso Genro (PT), criticou a indicação de , amigo do vereador (Republicanos-RJ), como diretor da Polícia Federal. Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), oficializou a nomeação no Diário Oficial da União (DOU).

Para o petista, a indicação agride o “princípio da neutralidade do estado” por opiniões proferidas por Ramagem no passado, além de sua proximidade com os filhos do presidente.

“Eu lembro que o delegado Ramagem, indicado para a PF, publicou uma opinião que fulmina condicionalmente a possibilidade dele chefiar a PF. Ele disse que estava sendo atacado por Moro e corruptos do país, e diz que ‘está do outro lado'. Ele se coloca em oposição a essas pessoas para se dirigir à Polícia Federal. Ele agride o princípio da neutralidade do Estado e não pode assumir a superintendência da PF”, afirmou o ex-ministro.

Ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin),  Ramagem substitui Maurício Valeixo, cuja exoneração pelo presidente resultou na crise vivida hoje no Palácio do Planalto, com a demissão do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro. Ele se aproximou de Bolsonaro durante a campanha de 2018, quando comandou a segurança do então candidato a presidente. Carlos Bolsonaro é um dos seus principais apoiadores.
Além disso, Carlos é investigado pela PF como um dos articuladores de um esquema criminoso para espalhar fake news. Bolsonaro quer Ramagem à frente da corporação que apura a conduta do próprio filho.
Na entrevista, Tarso também criticou o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, escolhido por Bolsonaro para substituir Luiz Henrique Mandetta no combate ao . “Nós temos um ministro da Saúde que não sabe o que é pandemia, que não sabe o que diz, que olha para cima de uma maneira abobada e surpreendente, que não tem opinião técnica do que está acontecendo”, afirma.