A advogada e tesoureira do Aliança pelo Brasil, Karina Kufa, afirmou que, apesar de não concordar com o uso do fundo eleitoral, a nova legenda não vai rejeitar parlamentares que já tenham utilizado os recursos em campanhas passadas.

“Não podemos rejeitar a entrada de parlamentares sérios que acabaram recebendo o fundo eleitoral em 2018, até mesmo porque foi o primeiro ano de existência desse fundo e não é criminoso, só não concordamos com o modelo. Hoje alinhados com o pensamento do presidente Jair Bolsonaro, nenhum deles usará o fundo eleitoral, já que é uma diretriz partidária. O objetivo do Aliança será acabar com a permissão legal de usar recursos públicos em campanha”, disse Karina, em nota.

A advogada, que também representa o deputado (PSL-SP), argumentou ainda que, no caso do filho “03” do presidente, os R$ 7,9 mil que constam na prestação de contas enviada à como recursos do fundo eleitoral dizem respeito ao rateio da propaganda de rádio e TV pago pelo PRTB, partido coligado ao PSL na eleição de 2018. “O que se verifica é apenas a indicação da fonte de pagamento pelo partido doador (PRTB) da despesa rateada. Portanto, o deputado reforça a sua posição de não recebimento de recursos do fundo eleitoral em sua campanha”, afirmou ela.

‘Doação'

O mesmo argumento foi utilizado pelo deputado federal Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo na Câmara. O parlamentar não reconhece o material de campanha pago com recursos públicos por outros candidatos, mas em seu favor, como uso do fundo eleitoral “Não utilizei o fundo (eleitoral) do PSL. Recebi doação de campanha do Ronaldo Caiado (então candidato a governador em Goiás) e do Wilder Moraes (então candidato a senador) em santinhos e materiais impressos em valor estimado de aproximadamente R$ 1 mil, que, na origem, veio dos seus respectivos partidos e contas eleitorais”, afirmou o deputado.

Daniel Silveira (PSL-RJ) também justificou os R$ 13,3 mil informados na sua prestação de contas como originários do fundo eleitoral como gastos de outros candidatos. “O material já veio confeccionado, sem consulta, no CNPJ que temos e distribuído. O Aliança nasce para ser contra o fundão, que é previsto em lei e muitos utilizam tudo”, afirmou Silveira.

Procurados, os demais parlamentares citados não se manifestaram até a publicação desta matéria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.