Familiares estão em Anápolis, mas proibidos de encontrar resgatados em Wuhan

Familiares dos repatriados de Wuhan passaram os últimos dias em Anápolis, visitaram a base aérea e acompanharam de perto as movimentações da operação. O acesso aos parentes que retornaram, no entanto, está proibido no período da quarentena. Depois de uma viagem demais de 36 horas a partir de Wuhan, na China, com parada em Varsóvia, […]

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(Ministério da Defesa)
(Ministério da Defesa)
Familiares dos repatriados de Wuhan passaram os últimos dias em Anápolis, visitaram a base aérea e acompanharam de perto as movimentações da operação. O acesso aos parentes que retornaram, no entanto, está proibido no período da quarentena.

Depois de uma viagem demais de 36 horas a partir de Wuhan, na China, com parada em Varsóvia, na Polônia, e Fortaleza (CE), os dois aviões brasileiros que trazem os repatriados pousaram às 06h05 deste domingo, 9, na Base Aérea de Anápolis.

A Missão Regresso traz de volta ao País um grupo de 34 brasileiros, entre adultos e crianças, que pediu para deixar a região que se transformou no epicentro de contaminações pelo novo coronavírus. Os repatriados são acompanhados por mais 24 tripulantes, entre equipes de voo, médicos e pessoal de comunicação.

Na ala 2 da base aérea, as 58 pessoas ficarão hospedadas por 18 dias, tempo da quarentena estipulado para confirmar que, de fato, nenhum dos repatriados apresenta qualquer indício de contaminação.

Assim como ocorreu no embarque desses brasileiros na China, eles deverão passar por uma série de exames iniciais ao entrarem na base. Como o avião pousou diretamente no local, não haverá necessidade de deslocamento do grupo pela cidade de Anápolis, município de 360 mil habitantes, localizado a 60 quilômetros de Goiânia (GO) e 140 km de Brasília (DF).

O prédio militar onde as famílias ficarão hospedadas foi completamente adaptado para receber cada um dos repatriados. Os hóspedes já foram determinados para cada quarto. Alguns têm berços, outros receberam poltronas. Todos possuem mesas com alimentos, frigobar e itens de higiene, como álcool gel e máscaras.

Durante a quarentena, o grupo poderá caminhar pela área externa, dentro de uma faixa delimitada. O prédio da ala 2 fica numa parte mais afastada da base, uma área de canto, cercada por vegetação. Toda a base é protegida por muros altos de blocos, encobertos por rolos de arame farpado.

A alimentação diária será trazida para o local, onde cada pessoa poderá se servir e, depois, deixar louças e talheres para que sejam retirados. Estão programadas seis refeições diárias.

Para tornar o período de confinamento mesmo exaustivo, há recursos de entretenimento, com brinquedoteca para as crianças, acesso à internet e videogame. Apresentações de fanfarras da Força Aérea também estão na agenda dos próximos dias.

Expectativa

Do lado de fora do muro da base aérea, familiares vão acompanhar de longe a chegada dos parentes. Nenhum tipo de acesso é permitido ao grupo. Apesar de o critério de embarque de cada brasileiro ser aqueles que não apresentaram nenhum tipo de sintoma do novo coronavírus, como febre alta e dificuldade de respirar, o isolamento tem o objetivo de eliminar qualquer possibilidade de risco.

Em Anápolis, estão familiares como José Neves de Siqueira Júnior, pai de Vitor Siqueira, professor de 28 anos que morava em Wuhan. O pai veio de Belo Horizonte (MG) para acompanhar de perto a movimentação na base, mesmo impossibilidade de ter acesso ao filho. “Ficarei aqui, a 500 metros do meu filho. É bem diferente de estar do outro lado do mundo”, diz Siqueira Júnior

Mesmo a distância, ele pretende ficar na cidade para estar próximo do filho. “Ficarei aqui os 18 dias, minha esposa também está vindo para cá. Vamos acompanhar tudo de perto, até leva-lo para casa.”

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