Em audiência no Congresso, governo anuncia programa de testagem em massa da covid-19

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, disse aos parlamentares da comissão mista do Congresso que analisa as ações econômicas de combate à pandemia de coronavírus que será anunciada nesta quarta-feira (24), e a estratégia de testagem e diagnóstico da covid-19. O objetivo é testar cerca de 24% da população; ou 50 milhões de pessoas: […]

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O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, disse aos parlamentares da comissão mista do Congresso que analisa as ações econômicas de combate à pandemia de coronavírus que será anunciada nesta quarta-feira (24), e a estratégia de testagem e diagnóstico da covid-19.

O objetivo é testar cerca de 24% da população; ou 50 milhões de pessoas: metade com testes rápidos, que indicam se a pessoa já teve contato com o vírus; e metade com testes moleculares, que indicam a presença do vírus.

Pazuello informou que até agora foram distribuídos pelo ministério 11,3 milhões de testes, sendo 3,8 milhões moleculares. O ministro afirmou, porém, que a estratégia deverá incluir o diagnóstico clínico, feito por médicos, que passará a fazer parte das bases de dados.

“O diagnóstico clínico passa a ser base de dados também, para que nós possamos compreender a evolução da doença e não ficar apenas imaginando se aquele número, se o teste tem 30% de erro, se o teste foi feito na hora errada. Então, a gente vai gradativamente, chegando com mais transparência, com mais objetividade aos números com relação a contaminados”, disse.

Falta de medicamentos

O ministro foi bastante questionado pelos parlamentares sobre a falta de medicamentos para tratamento de casos graves da Covid, como sedativos e relaxantes musculares necessários para a intubação de pacientes. A deputada Rejane Dias (PT-PI) citou o caso do seu estado, o Piauí:

“Eu fiz um levantamento em todo o Brasil e é um problema que realmente assola todos os estados a falta destes medicamentos. Tem até estados que deixaram de fazer cirurgias eletivas, ou adiar, para utilizar esses medicamentos – que já são poucos e não estão achando no mercado – para que se coloque à disposição somente dos casos mais graves”, observou.

Pazuello informou que em breve o ministério disporá de uma reserva emergencial destes medicamentos já acertada com a indústria nacional nesta semana e com compras emergenciais no exterior. Para a compra dos medicamentos cloroquina e oseltamivir foram gastos quase R$ 16 milhões pelo ministério até o momento.

Alguns parlamentares, inclusive da oposição, agradeceram o ministro pela resposta rápida na distribuição de ventiladores. Foram distribuídos 4.852 até agora, mas devem ser adquiridos outros 16.250. Um novo site, segundo o ministro, conterá o detalhamento da distribuição em cada estado.

O ministro afirmou que, até o final da semana, o site mostrará o painel de leitos de UTI ocupados em todo o Brasil e a fila de espera por vagas. Foram mais de 8.600 leitos disponibilizados ao custo de R$ 1.600 por dia cada um, mas o objetivo é chegar a 10 mil.

Dificuldades

A execução do orçamento extra de pouco mais de R$ 39 bilhões do ministério para o combate à Covid ainda é de apenas 34%. Da Medida Provisória 969, que destina R$ 10 bilhões para

Pazuello disse que estão sendo definidos os critérios de distribuição. Mas o ministro explicou que parte dos demais recursos de oito MPs não foi executada por dificuldades nas compras de equipamentos:

“É interessante que nós tenhamos alguma reserva ainda para poder manobrar. Então, o percentual de saldo que nós temos, eu considero que está bom. É bom que tenha algum saldo para que a gente possa manobrar”, disse.

Sobre vacinas, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que o governo está acertando a participação do país na produção da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford; mas que também acompanha as vacinas americana e chinesa da lista de pesquisas mais promissoras.

Poucas entrevistas

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) criticou o fato de o ministro não aparecer muito em público ou não dar entrevistas frequentes. Segundo ela, isso teria o efeito de acalmar a população. E citou o exemplo da primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, que está constantemente se dirigindo aos cidadãos daquele país.

Pazuello disse que não quer tirar as pessoas do trabalho e que espera ter informações relevantes para poder falar. Em outro momento, disse que “pato novo não dá mergulho profundo”. E voltou a dizer que não sabe até quando durará a sua interinidade.

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