Bolsonaro cita ‘parcial’ de estudo sobre cloroquina que ainda recrutará pacientes

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender nesta quarta-feira, dia 8, o uso da cloroquina no tratamento da covid-19 e sugeriu que pode ser divulgado, nos próximos dias, o resultado parcial de um estudo – que ainda vai recrutar pacientes – sobre a eficácia do medicamento. “Me parece que talvez amanhã ou depois, […]

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender nesta quarta-feira, dia 8, o uso da cloroquina no tratamento da covid-19 e sugeriu que pode ser divulgado, nos próximos dias, o resultado parcial de um estudo – que ainda vai recrutar pacientes – sobre a eficácia do medicamento.

“Me parece que talvez amanhã ou depois, o Einstein dê uma parcial das pessoas que estão sendo tratadas lá pela cloroquina”, afirmou o mandatário em entrevista por telefone ao apresentador de TV José Luiz Datena. Procurado pela reportagem, o Hospital Israelita Albert Einstein informou que coordena uma pesquisa já em andamento sobre o tema, mas que ainda não há previsão de quando ela será concluída.

A instituição também divulgou nota pública nesta quarta em que explica que o estudo “envolverá cerca de 70 hospitais de todas as regiões do Brasil”.

“A coalizão Covid Brasil, composta por várias organizações, entre elas o Hospital Israelita Albert Einstein, o HCor, o Hospital Sírio Libanês, a Rede Brasileira de Pesquisa em UTI (BricNet), o Hospital Moinhos de Vento e a Beneficência Portuguesa de São Paulo, conta com um estudo em andamento cujo objetivo é testar a eficácia da hidroxicloroquina contra a covid-19”, diz o texto.

A pesquisa contará com 630 pacientes que apresentam um nível moderado da doença, 440 pacientes graves – que já estão em UTI ou Semi-Intensiva, com indícios de desconforto ou de insuficiência respiratória – e outros 290 pacientes de extrema gravidade.

“O recrutamento de pacientes começa em breve”, diz a nota. Perguntada se existe a previsão de entrega de um resultado parcial para o governo nos próximos dias, a assessoria do Einstein não respondeu até a publicação desta reportagem.

Leia a íntegra da nota do Hospital Israelita Albert Einstein:

São Paulo, 08 de abril de 2020 – A coalizão Covid Brasil, composta por várias organizações, entre elas o Hospital Israelita Albert Einstein, o HCor, o Hospital Sírio Libanês, a Rede Brasileira de Pesquisa em UTI (BricNet), o Hospital Moinhos de Vento e a Beneficência Portuguesa de São Paulo, conta com um estudo em andamento cujo objetivo é testar a eficácia da hidroxicloroquina contra a Covid-19.

Coordenado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, o estudo envolverá cerca de 70 hospitais de todas as regiões do Brasil e testará tanto o funcionamento da hidroxicloroquina sozinha quanto a sua associação com a azitromicina na comparação com o tratamento padrão da doença, que é o de suporte hospitalar em pacientes com o nível moderado da doença.

A pesquisa será dividida em três grupos. O primeiro grupo envolverá 630 pacientes e será formado por pacientes com nível moderado da doença, sem sintomas expressivos e graves, mas que se encontram internados em unidades de semi-intensiva e UTI.

O segundo grupo será formado por 440 pacientes graves que já estão em UTI ou Semi-Intensiva, com indícios de desconforto ou de insuficiência respiratória. Nesta população, será testado se dar azitromicina com hidroxicloroquina tem resultado superior ao uso de somente a hidroxicloroquina.

Já no terceiro grupo, formado por 290 pacientes de extrema gravidade e com a Síndrome de Angústia Respiratória Aguda (SARA), será avaliado o uso de corticosteroides (terapia antiinflamatória potente) na redução dos dias de ventilação mecânica e de mortalidade entre esses pacientes.

Os três grupos serão simultâneos e toda a parte preparatória desses projetos, como as aprovações, foram completadas com agilidade. O recrutamento de pacientes começa em breve.

Já em relação à administração da hidroxicloroquina no tratamento a pacientes com o novo coronavírus, o Hospital Israelita Albert Einstein utiliza, para casos graves, a hidroxicloroquina isolada ou em associação com azitromicina.

 

 

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