Bolsa fecha em alta de 0,89%, com perda de 1,38% na semana
O Ibovespa ensaiou recuperação nesta última sessão da semana, mas na etapa final mostrou menos fôlego para distanciar-se muito dos 100 mil pontos, chegando na mínima a 100 444,74 pontos, saindo de máxima a 101.717,34 pontos, com abertura a 100.469,44. Nesta sexta-feira (14) o índice da B3 fechou em alta de 0,89%, a 101.353,45 pontos, […]
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O Ibovespa ensaiou recuperação nesta última sessão da semana, mas na etapa final mostrou menos fôlego para distanciar-se muito dos 100 mil pontos, chegando na mínima a 100 444,74 pontos, saindo de máxima a 101.717,34 pontos, com abertura a 100.469,44. Nesta sexta-feira (14) o índice da B3 fechou em alta de 0,89%, a 101.353,45 pontos, acumulando perda de 1,51% em agosto, mês desenhado nesta primeira quinzena de forma distinta dos anteriores, quando colheu ganhos acima de 8%, cada, entre maio e julho, e de 10,25% em abril. Na semana, acumulou perda de 1,38%, vindo de leve ajuste de -0,13% e de +0,52% nos períodos precedentes. O giro de hoje totalizou R$ 28,7 bilhões. No ano, as perdas vão agora a 12,36%.
Os sinais de desmonte do figurino liberal do governo estão levando o mercado a colocar as barbas de molho, em meio à percepção de que se tenta conciliar, no setor público, discussão sobre crédito extraordinário para obras e reiteração de compromisso com o teto de gastos. “Com os dados que tivemos, como os de varejo, e os balanços, era para ser uma semana positiva, e não o foi por conta das preocupações fiscais, que devem persistir”, diz Rodrigo Franchini, sócio e head de produtos na Monte Bravo Investimentos.
Para Franchini, com o nível de aprovação de Bolsonaro em seu ponto mais alto, conforme pesquisa divulgada hoje pelo Datafolha, o gosto pelo populismo distributivo tende a ser alimentado, em momento no qual o próprio presidente admite que a questão do teto de gastos foi colocada em “debate”. “A semana foi muito ruim para o Guedes, e isso favorece rumores sobre quanto tempo aguentará”, observa Franchini, acrescentando que a Bolsa mostrou até aqui mais resiliência do que juros e dólar aos “fantasmas” que voltam a pairar sobre a condição fiscal.
“Além de balanços melhores do que se antecipava, o que tem segurado a Bolsa é a Selic bem baixa e as condições de liquidez, muito amplas também no exterior. Mas o investidor em ações começa a fazer preço curto, com a percepção de que se não houver cuidado (do governo), estaremos de volta aos problemas do passado recente”, conclui Franchini. “A questão do momento deveria ser a indução de retomada econômica, com base no emprego e não no assistencialismo – e por isso se fala em ruptura do teto e mais impostos, a receita do caos.”
Ainda assim, com o suporte proporcionado por nova fornada de balanços trimestrais, o Ibovespa conseguiu interromper hoje série negativa de três sessões, apesar do dia negativo em Nova York, com o cenário externo ainda travado pela falta de avanço nas discussões entre democratas e republicanos sobre novos estímulos nos EUA, perspectiva que vai se tornando mais problemática com a aproximação da eleição presidencial de novembro.
Nesta sexta-feira, a reação positiva aos respectivos balanços trimestrais colocou Hering (+10,27%), Natura (+8,18%) e Suzano (+5,92%) na ponta do Ibovespa, com o desempenho moderadamente positivo das ações de grandes bancos (Itaú +0,94%), de Vale ON (+1,66%) e alguma recuperação em utilities (Eletrobras ON +2,10%) contribuindo para que o Ibovespa se firmasse em terreno positivo nesta última sessão da quinzena. Na ponta negativa do Ibovespa, B2W fechou em baixa de 6,89%, seguida por BTG Pactual (-3,35%) e Lojas Americanas (-3,00%). Entre as blue chips, Petrobras PN caiu 0,74% e a ON, 0,39%.
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