Vaticano estuda permitir que homens casados sejam padres na Amazônia

Documento emitido nesta segunda-feira (17) pelo Vaticano traz recomendação à Igreja Católica para considerar o ordenamento de homens casados para atuarem como padres em regiões remotas da Amazônia. De acordo com o Documento de Trabalho (Instrumentum Laboris), a medida se aplicaria a homens mais velhos, com família constituída e, preferencialmente com ascendência indígena. Também…

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Papa Francisco. (Foto: reprodução/Vatican News)
Papa Francisco. (Foto: reprodução/Vatican News)

Documento emitido nesta segunda-feira (17) pelo Vaticano traz recomendação à Igreja Católica para considerar o ordenamento de homens casados para atuarem como padres em regiões remotas da Amazônia. De acordo com o Documento de Trabalho (Instrumentum Laboris), a medida se aplicaria a homens mais velhos, com família constituída e, preferencialmente com ascendência indígena. Também está no documento recomendação para que algum ministério oficial seja conferido a mulheres.

O documento ganhou grande repercussão na imprensa internacional nesta segunda-feira, já que seria a referência mais próxima do Vaticano para que homens casados possam ser ordenados padres. Atualmente, eles podem exercer apenas a função de diácono, uma espécie de assistente do sacerdote, que pode pregar, batizar e distribuir a comunhão.

“Afirmando que o celibato é uma dádiva para a Igreja, pede-se que, para as áreas mais remotas da região, se estude a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas, de preferência indígenas, respeitadas e reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham uma família constituída e estável, com a finalidade de assegurar os Sacramentos que acompanhem e sustentem a vida cristã”, diz o documento.

O Instrumentum Laboris, publicado pela Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, é fruto de um processo de escuta que teve início com a visita do Papa Francisco a Puerto Maldonado (Peru) em janeiro de 2018. A consulta foi estendida aos fieis em toda a Região Amazônica ao longo do ano passado e foi concluída durante a II Reunião do Conselho Pré-Sinodal, em maio passado.

O território da Amazônia abrange uma parte do Brasil, da Bolívia, do Peru, do Equador, da Colômbia, da Venezuela, da Guiana, do Suriname e da Guiana Francesa, em uma extensão de 7,8 milhões de quilômetros quadrados, no coração da América do Sul. Suas florestas cobrem aproximadamente 5,3 milhões de km2, o que representa 40% da área de florestas tropicais do globo.

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