A FUP (Federação Única dos Petroleiros) anunciou nessa quinta-feira (31) a orientação aos sindicatos da categoria para suspender a greve, que deveria durar a princípio 72 horas. O anúncio acontece após a decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho), que aumenta de R$ 500 mil para R$ 2 milhões a multa diária aos sindicatos que permanecerem em greve.

“A decisão do TST é claramente para criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e sindicais. Diante disso, a FUP orienta os sindicatos a suspenderem a greve. Um recuo momentâneo e necessário para a construção da greve por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria. Essa grave violação dos direitos sindicais será amplamente denunciada”, afirmou a FUP em nota à imprensa.

A entidade ainda questionou a ação do TST afirmando ser uma decisão abusiva que inviabiliza o movimento sindical no país.

“O TST joga o jogo do capital e não deixaria barato a greve dos petroleiros. As multas diárias de R$ 500 mil saltaram para R$ 2 milhões, acrescidas da criminalização do movimento. O tribunal cobrou da Polícia Federal investigação das entidades sindicais e dos trabalhadores, em caso de desobediência. Essa multa abusiva e extorsiva jamais seria aplicada contra os empresários que submetem o país a locautes para se beneficiarem política e economicamente. Jamais seria imposta aos empresários que entregam patrimônios públicos, aos que destroem empregos e violam direitos dos trabalhadores” declara a FUP.

Na terça-feira (29), O TST decretou que “é potencialmente grave o dano que a eventual greve da categoria dos petroleiros causará à população brasileira”, e decidiu impor uma multa aos sindicatos de 500 mil reais por dia de paralisação.

A revisão da multa foi uma solicitação da AGU (Advocacia Geral da União). A ministra do TST, Maria de Assis Calsing, atendeu parcialmente o pedido da AGU que solicitava o aumento da multa para R$ 5 milhões.

Reivindicações da categoria

  • Redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis
  • Manutenção dos empregos e retomada da produção das refinarias a plena carga
  • Fim das importações de derivados de petróleo
  • Não às privatizações e ao desmonte do Sistema Petrobrás
  • Saída de Pedro Parente do comando da Petrobrás