SP tem 3 mortes por reação à vacina da febre amarela; casos da doença somam 81
Todos eram adultos com menos de 60 anos
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Todos eram adultos com menos de 60 anos
Três pessoas morreram em São Paulo por reação à vacina da febre amarela em 2017, informa último balanço da Secretaria de Estado da Saúde. Todos eram adultos com menos de 60 anos e sem registro de doenças prévias. Mais seis mortes estão sendo investigadas. O órgão reforça que a vacinação só é recomendada para pessoas que moram em áreas onde o vírus circula ou ou vão se deslocar para essas regiões. A campanha de imunização no estado terá início no dia 25 de janeiro em 54 municípios.
Uma das mortes foi a de um morador de Perus, bairro da zona norte; e outra de uma pessoa residente em Franco da Rocha. Os dois foram vacinados após outubro. A terceira morte ocorreu em fevereiro de 2017 e a pessoa morava em Matão, região de Rio Preto.
O balanço da secretaria mostra que 81 pessoas foram infectadas pelo vírus desde janeiro de 2017, sendo que 36 morreram em decorrência da doença. No último balanço eram 40 casos, com 21 mortes. Metade dos casos foi contraída na cidade de Mairiporã, 11,1% em Atibaia e 6% em Amparo. As três cidades correspondem a dois terços dos casos de febre amarela silvestre no estado. Segundo o governo estadual, o reforço das ações de vacinação para esses municípios ocorre desde o ano passado.
No total, 20 cidades de São Paulo tiveram registros da doença, o equivalente a 3,1% do total de municípios. Não há casos registrados na capital paulista.
Reação vacinal
A vacina da febre amarela é feita com o vírus atenuado e, após a aplicação, são produzidos anticorpos que protegem contra a doença selvagem. Pelo perfil da vacina, a dose é indicada apenas para quem precisa, considerando o risco de exposição dela ao vírus da febre amarela. “Portanto, em locais urbanos, onde não há transmissão, não há motivo para expor a população a um risco desnecessário”, alerta a secretaria. De acordo com o órgão, a literatura médica aponta a possibilidade de ocorrência de uma morte para cada 450 mil doses aplicadas.
Após a aplicação da vacina, são comuns sintomas leves como dores musculares, de cabeça e febre. Também é possível a ocorrência de vermelhidão, inchaço e calor no local de aplicação.
Eventos adversos podem estar relacionados a alergias aos componentes da vacina. Por isso, ela é contraindicada para pessoas que têm histórico de alergia grave a ovos.
A reação mais grave, que ocorreu com as mortes confirmadas em São Paulo, é a doença viscerotrópica aguda. Nesses casos, a vacina provoca uma disfunção aguda de múltiplos órgãos. O organismo da pessoa não consegue conter a multiplicação do vírus inserido pela vacina e começa a atacar o corpo da mesma forma que o vírus selvagem. As reações podem evoluir para insuficiência renal, hepática e cardíaca, problemas de coagulação, hepatite fulminante e morte.
Campanha de vacinação
O governo estadual espera vacinar 8 milhões de pessoas em 54 municípios prioritários do estado. Na capital paulista, a campanha tem como alvo 15 distritos. Essas áreas integram os chamados corredores ecológicos. São localidades da região da Grande São Paulo, Vale do Paraíba e Baixada Santista. Ainda não há circulação de vírus nesses locais, então se trata de uma medida preventiva, segundo o governo estadual. Nas demais áreas onde já há vacinação em razão da circulação do vírus, a imunização seguirá com as doses padrão.
Serão disponibilizadas cerca de 6,3 milhões de vacinas fracionadas e 2 milhões de doses padrão para crianças de idade entre 9 meses e 2 anos incompletos, pessoas que viajam para locais em que a vacina é exigida, grávidas residentes em áreas de risco e portadores de doenças crônicas.
Os seguintes grupos devem consultar o médico sobre a necessidade da vacina: portadores de HIV, pacientes com tratamento quimioterápico concluído, transplantados, hemofílicos ou pessoas com doenças do sangue e doença falciforme.
Não há indicação de vacinação para os seguintes grupos: grávidas que morem em locais sem recomendação para vacina, mulheres amamentando, crianças com até 6 meses e imunodeprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas (como por exemplo lúpus e artrite reumatoide).
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