Polícia Civil apreendeu, nesta quarta-feira (25), um helicóptero que é utilizado por uma facção criminosa que age dentro e fora dos presídios do país. A aeronave estava preparada para o transporte de drogas em um hangar na cidade de Arujá, na Grande São Paulo.

A polícia acredita que a aeronave deixaria a capital paulista em direção a Americana, no interior do estado, para depois seguir para Paranaíba em Mato Grosso do Sul na divisa com São Paulo, ou para Santa Catarina.

Segundo o delegado titular da Delegacia de Investigação sobre Entorpecentes (Dise) de São Bernardo do Campo, José Eduardo Jorge, três pilotos foram presos. Inicialmente, a Polícia Civil havia informado que quatro pessoas tinham sido presas.

Dentre os presos, estava o piloto Rogério Almeida Antunes, preso também em 2013, no Espírito Santo, com mais de 400 quilos de cocaína num helicóptero da empresa do então deputado estadual de Gustavo Perrela (SD). Na época, cinco pessoas foram condenadas por . A concluiu que Perrella não tinha ligação com a droga.

Segundo a polícia, a aeronave está registrada no nome de um homem chamado Fábio, que ainda não foi localizado. O helicóptero chegou na terça-feira a Aruja para uma manutenção numa oficina.

56 horas de voo sem comunicados à Aeronáutica

O delegado titular da Dise contou que o helicóptero vinha sendo investigado desde janeiro deste por suspeita de uso para o transporte de drogas. Foram achados vários vestígios de cocaína no interior da aeronave. Segundo a polícia, o helicóptero voou mais de 56 horas sem plano de voo, ou seja, sem que a Aeronáutica fosse avisada, o que para a polícia indica envolvimento com atividade ilícita.

O delegado também contou que o helicóptero, que foi levado para o hangar da Polícia Civil, está com marcas na parte dianteira que indicam que ele vinha voando baixo, “rente ao solo, a cento e poucos metros do solo”, para evitar que fosse localizado por radares.

Aeronave em manutenção

Segundo Aldo Galiano, delegado Seccional de São Bernardo do Campo, a aeronave com prefixo PP-MAU foi apreendida quando estava em oficina de manutenção. “A gente estava monitorando as oficinas. Vamos investigar a lavagem de dinheiro. Os criminosos abriam contas em nomes de outras pessoas, compravam bens com dinheiro do crime.”

A apreensão ocorreu dentro de uma escola de pilotagem. Os três homens presos fora levados para a sede da Dise de São Bernardo do Campo. Não foi apreendida droga ou arma no local.

“Eles tiraram os bancos traseiros do helicóptero e instalaram duas bombas elétricas ligadas ao tanque da aeronave para aumentar a autonomia de voo. Isso é típico de aeronave usada para o tráfico”, disse Galiano.

Segundo a Dise, exame preliminar feito por peritos no helicóptero comprova que há vestígios de cocaína em “toda a aeronave” e, por essa razão, os presos devem ser indiciados por associação ao tráfico de drogas e organização criminosa.

G1SP