O peso da eleição presidencial sobre disputas nos estados

DW Na tentativa de embarcar em onda bolsonarista, maioria dos que concorrem a governos estaduais no segundo turno já declarou apoio ao presidenciável do PSL, com alguns candidatos contrariando direção nacional do partido. O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) tem a preferência de candidatos a governos estaduais em quase todas as regiões, perdendo para Fernando Haddad […]

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Na tentativa de embarcar em onda bolsonarista, maioria dos que concorrem a governos estaduais no segundo turno já declarou apoio ao presidenciável do PSL, com alguns candidatos contrariando direção nacional do partido. O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) tem a preferência de candidatos a governos estaduais em quase todas as regiões, perdendo para Fernando Haddad (PT) apenas no Nordeste, tradicional reduto petista. Tal mapa de apoios segue o mesmo padrão dos resultados dos dois candidatos à Presidência nas urnas no primeiro turno.

No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, onde Bolsonaro obteve ampla vantagem sobre Haddad, todos os candidatos que disputam segundo turno declararam apoio ao capitão reformado. Bolsonaro também recebeu o apoio dos dois candidatos a governo no Mato Grosso do Sul, em Rondônia e no Amazonas.

Para David Fleischer, professor e cientista político da Universidade de Brasília (UnB), essas aproximações políticas buscam votos diretos. “O candidato a governo quer ganhar a eleição, então, se um presidenciável teve muitos votos na sua região, é natural que ele busque esse público. Isso ocorre em todas as eleições”, diz.

Na tentativa de embarcar na onda bolsonarista, três candidatos do PDT contrariaram o posicionamento nacional do partido. Carlos Eduardo (RN), Amazonino Mendes (AM) e Juiz Odilon (MS) declararam apoio a Bolsonaro mesmo após o partido anunciar um “apoio crítico” a Haddad.

Grin ressalta que às vezes há diferenças entre as legendas nos estados e seus núcleos nacionais e que é comum não haver um diálogo entre as lideranças.

“O Brasil não permite que sem criem partido estaduais, então sempre haverá arranjos diferentes. Há casos inclusive de partidos que mudam de perfil em cada região. O PSB no Nordeste é um partido mais reconhecido pela atuação de esquerda, mas no Sul e Sudeste é mais conservador”, exemplifica.

Para os presidenciáveis, o apoio de candidatos a governador acaba sendo mais relevante que o apoio daqueles que concorreram à Presidência no primeiro turno, considera o especialista.

“Esse apoio regional é mais eficaz para a obtenção de votos pelos candidatos à Presidência do que o de presidenciáveis que não passaram para o segundo turno. Então, ele é bem relevante e disputado”, diz o professor da FGV.

 

Como se posicionaram os candidatos a governador nos 14 estados que terão segundo turno:

 

 

SUDESTE

 

São Paulo: João Dória (PSDB) declarou apoio a Bolsonaro. Márcio França (PSB) disse que ficará neutro.

 

Rio de Janeiro: Wilson Witzel (PSC) vai apoiar Bolsonaro. Eduardo Paes (DEM) se mantém neutro.

 

Minas Gerais: Romeu Zema (Novo) declarou apoio a Bolsonaro. Antônio Anastasia (PSDB) se mantém neutro.

 

NORDESTE

 

Rio Grande do Norte: Fátima Bezerra (PT) apoia o Haddad. Carlos Eduardo (PDT) anunciou apoio a Bolsonaro.

 

Sergipe: Belivaldo Chagas (PSD) apoia Haddad. Valadares Filho (PSB) ficou neutro.

 

SUL

 

Rio Grande do Sul: Eduardo Leite (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB) declararam apoio para Bolsonaro.

 

Santa Catarina: Gelson Merísio (PSD) e Comandante Moisés (PSL) vão apoiar Bolsonaro.

 

NORTE

 

Amapá: Waldez Góes (PDT) não definiu apoio. Capi 40 (PSB) vai apoiar Haddad.

 

Amazonas: Wilson Lima (PSC) e Amazonino Mendes (PDT) vão apoiar Bolsonaro no segundo turno.

 

Pará: Helder Barbalho (MDB) e Márcio Miranda (PSDB) se declararam neutros.

 

Rondônia: Expedito Júnior (PSDB) e Coronel Marcos Rocha (PSL) vão apoiar Bolsonaro.

 

Roraima: Antônio Denarium (PSL) apoia Bolsonaro. Anchieta (PSDB) é neutro.

 

CENTRO-OESTE

 

Distrito Federal: Ibaneis (MDB) e Rodrigo Rollemberg (PSB) são neutros.

 

Mato Grosso do Sul: Reinaldo Azambuja (PSDB) e Juiz Odilon (PDT) declararam apoio a Bolsonaro.

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