Menores de idade são tirados de trabalho escravo na Bahia

Meninos tem 17 e 16 anos e vivam há nove na fazenda 

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Meninos tem 17 e 16 anos e vivam há nove na fazenda 

Durante uma inspeção o Ministério Público do Trabalho (MPT), resgatou dois irmãos de uma fazenda em Santa Cruz Cabrália, na Bahia, onde viviam em situação de trabalho escravo. As vítimas têm 16 e 17 anos, dos quais nove estavam no local.

Conforme o G1, o MTP disse que os dois chegaram à fazenda ainda pequenos levados pelo pai, que também já havia trabalhado no local, como uma opção para sair da pobreza e da fome.

De acordo com o órgão, a casa onde os meninos moravam não tinha água encanada e nem eletricidade e eles bebiam água em rio que também era usado pelos animais. As condições de trabalho e higiene também eram péssimas e eles eram expostos a diversos riscos que comprometiam o desenvolvimento físico, mental e social.

Foi realizada uma audiência com o dono da fazenda, Henrique Rubim, para propor o pagamento das rescisões e multas, mas terminou sem acordo. Portanto, o MPT irá propor ação na Justiça do Trabalho e encaminhar queixa crime ao Ministério Público Federal (MPF) contra o responsável pela terra. Após o resgate, os jovens receberam a guia do seguro, que dará direito a receber seguro-desemprego por três meses.

Segundo o apurado, os irmãos dormiam em colchões no chão e sem roupas de cama, não tinha banheiro e nem local adequado para armazenar alimentos, sendo que eles eram preparados de forma improvisada com um fogareiro a lenha.

O adolescente de 17 anos contou que abandonou os estudos por conta do trabalho e era encarregado de aplicar remédios para carrapatos no gado e como não usava máscaras ou luvas se sentia mal. Os alimentos eram comprados com o dinheiro que sua mãe mandava.

O pai dos meninos disse ao MPT que o proprietário da fazenda havia prometido pagar R$ 680 por mês aos seus filhos, mas pagava R$ 100,00 ocasionalmente. Ele também já havia trabalhado no local nas mesmas condições e recebia uma cesta básica que não chegava ao fim do mês.

Segundo o MPT, Henrique Rubim também teve uma madeireira de sua propriedade interditada há três semanas, por oferecer graves riscos de acidentes a seus funcionários.

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